Ainda não se sabe quem assumirá o Ministério da Cultura no novo mandato de Dilma Rousseff - Marta Suplicy anunciou nesta semana que deixará a pasta, e as especulações sobre quem ocupará a vaga giravam em torno de quatro nomes até a tarde de ontem: Juca Ferreira (ex-ministro, atual secretário municipal de Cultura de São Paulo e coordenador da área cultural na campanha que reelegeu a petista); Angelo Oswaldo (presidente do Instituto Brasileiro de Museus e amigo de longa data da presidente); Marco Aurélio Garcia (assessor especial da Presidência); e Jandira Feghali (deputada federal reeleita e ex-presidente da Comissão Mista de Cultura do Congresso). Seja quem for, o escolhido terá uma série de promessas a honrar. Apesar de apresentar suas propostas em apenas um parágrafo no programa de governo, Dilma detalhou as ideias para a área em entrevista publicada pelo GLOBO no dia 21 de setembro.
São cinco as principais promessas: ampliar o vale-cultura; implantar o Sistema Nacional de Cultura; aumentar o orçamento e fortalecer o Fundo Nacional de Cultura; ampliar o programa Cultura Viva; e rever a Lei Rouanet. A pedido do GLOBO, dois especialistas na área, o historiador, idealizador do programa Pontos de Cultura e ex-coordenador de Cultura na campanha de Marina Silva, Célio Turino, e a assessora jurídica e consultora de projetos culturais Cristiane Olivieri, autora do "Guia brasileiro de produção cultural", avaliaram as propostas. Para eles, o aumento do orçamento - a PEC 150 - é a causa mais urgente. E também a mais complexa, sobretudo diante de um ano que se anuncia difícil para as finanças: "É preciso um ministro forte, com vontade política, que brigue pelo aumento", alerta Cristiane. Para que a maioria das promessas vá adiante, afinal, há que se convencer o Congresso.