O presidente do PT, Rui Falcão, disse ontem que o partido disputará espaços no segundo mandato do governo Dilma, e que a legenda terá "protagonismo não exclusivo", porque a presidente foi eleita por um conjunto de partidos. O dirigente afirmou também que o PT assimilou as escolhas de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e de Kátia Abreu para a Agricultura.
- Teremos protagonismo não exclusivo. Temos um governo de coalizão, disputamos espaços como os outros partidos. O fundamental é que a presidente é filiada ao PT. Não vejo nenhuma contradição no fato de reivindicar protagonismo e ele ser compartilhado com os partidos da base e com os movimentos sociais - afirmou Rui Falcão.
Com relação às reclamações de parte do PT e dos movimentos sociais por causa das escolhas de Dilma para o ministério, especialmente as de Joaquim Levy e Kátia Abreu, Falcão disse que as críticas já foram levadas para a presidente. Ele até defendeu a indicação da senadora Kátia Abreu, dizendo que ela é uma representante do agronegócio, e que para tudo há "prós e contras". Ele lembrou que o suplente da peemedebista que assumirá sua vaga no Senado é do PT.
Dilma tira selfies
Quanto a Levy e ao fato de Dilma ter chamado para liderar a equipe econômica uma pessoa com perfil mais liberal, Rui Falcão afirmou que não há contradição com o que foi pregado pelo partido na campanha.
- Todos criticamos durante a campanha as propostas de independência do Banco Central, a terceirização, a mudança do regime de concessão do pré-sal e todo um ideário neoliberal que se materializava simbolicamente na pessoa de uma acionista de banco (Neca Setúbal) que dirigia a campanha da Marina. Arminio (Fraga) não é banqueiro, mas suas posições eram refutadas por nós - disse Falcão. - Mais importante do que a nomeação de um executivo de banco, agora, é a reafirmação da presidente Dilma de que a política econômica será mantida - disse.
Após participar da reunião do Diretório Nacional do PT, na noite de sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff resolveu esticar sua passagem pelo Ceará para jantar com o governador eleito Camilo Santana (PT) e petistas, em um restaurante na beira da praia, em Fortaleza. Foi uma confraternização rápida, de pouco mais de 40 minutos. Ao sair, Dilma tirou selfies com pessoas que a aguardavam no calçadão. "Quer fazer uma selfie? Estou craque nisso", dizia a presidente, numa noite de bom-humor.