Brasília

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que cumpre pena em regime aberto desde a última terça-feira, pediu demissão do emprego no escritório do advogado José Gerardo Grossi, em Brasília, onde vinha dando expediente desde que obteve o direito ao trabalho externo. Dirceu, no novo regime, tem 90 dias para indicar qual atividade profissional vai desempenhar. Dirceu tem uma empresa de consultoria e pode tentar voltar para o negócio.

O advogado de Dirceu, José Luis Oliveira, afirmou que a saída de seu cliente foi normal com a progressão para o regime aberto. Ele disse que o compromisso de trabalhar com Grossi era durante o regime semiaberto.

Na quarta, Dirceu não compareceu ao escritório de Grossi. Para o advogado de Dirceu, não houve ilegalidade:

- Óbvio que ele parou de trabalhar. Não tem nenhum descumprimento, nenhuma ilegalidade. Faltou porque não tinha que ir.

Uma das regras no regime de Dirceu é não se ausentar do DF sem prévia autorização da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas, a não ser para cidades do entorno, devendo estar em casa até 21h. Dirceu pode tentar voltar a ter seu próprio negócio. A Vara de Execuções, no entanto, não costuma autorizar trabalho de condenados em empresas em que eles são os donos. Condenado a sete anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa no processo do mensalão, Dirceu ganhava R$ 2,1 mil por mês para organizar a biblioteca do escritório de Grossi.