Por muitos anos o Estado do Rio figurou entre os piores no ranking da Educação. Mas, por não aceitarmos que o natural fosse obtermos sempre os piores resultados, e por acreditarmos em nossos professores e alunos, trabalhamos na busca de melhores condições para esses protagonistas. Não resgatamos todos os jovens, mas resgatamos muitos. Não fizemos tudo, mas fizemos muito.

Em conjunto e focados, a administração pública, professores, servidores, alunos e pais acreditaram ser possível dar novo rumo à Educação fluminense. O Rio conseguiu. Somos a quarta melhor rede estadual (em 2009, éramos a 26ª), tendo a terceira melhor nota no Ideb.

Para chegarmos ao resultado, criamos benefícios para o magistério: auxílios alimentação, transporte, qualificação e a formação continuada. E demos aumento real, o que não acontecera por mais de uma década.

Para os alunos, foram oferecidos programas para resgatar o interesse pelo estudo e reduzir o abandono. Reforço escolar (225 mil dos nossos estudantes recebem), Renda Melhor Jovem (poupança-escola) e bolsas universitárias em instituições privadas são alguns deles.

Esse foco, entretanto, precisa ser dado nas políticas educacionais em todos os níveis da Federação. Enquanto o país discute um “projeto de educação”, iniciamos o Dupla Escola: uma solução educacional com educação integral e integrada, em que o horário integral não é o fim, mas o meio para se obter uma boa educação. Nele, estão as primeiras escolas públicas bilíngues do país, em parceria com governos de França, Espanha e Estados Unidos.

Não podemos mais perder tempo. Precisamos de jovens que se sintam artífices do próprio futuro. Temos que sair do discurso contaminado por ideologias. Mais recursos são bem-vindos. Mas, sem melhor geri-los, é permanecer com a retórica.

É preciso ter foco e gestão. O discurso de que só pedagogos e educadores entendem de educação nada mais é do que um pré-conceito que, como de praxe, não leva ninguém a lugar algum. Ser um gestor, estudar, dedicar tempo e aprofundar-se no tema, sem ser um “pedagogo-educador”, parece um pecado neste país. Os pré-conceitos levam a desentendimentos.

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A Educação precisa desprender-se de pré-conceitos. Ações são necessárias. Não é mais aceitável o discurso dos que se dizem especialistas, que militam na área por anos e se elegem sob o manto da “defesa da educação pública de qualidade”, mas não elaboraram políticas públicas educacionais que funcionem. Para isso, há que se traçar um diagnóstico, sem pré-conceitos, para atacar o problema. Fizemos isso no Rio. Hoje, conhecemos o problema.

Ter pré-conceitos com o currículo mínimo, a meritocracia e as avaliações diagnósticas — ações bem-sucedidas aqui e em qualquer parte do mundo — não contribui. As ações não podem ser em defesa de interesses próprios e corporativos, sindicalizados e contaminados politicamente. Substituir um diretor de escola não pode ser um ato político, mas sim de gestão.

A quem interessa uma juventude perdida? A grupos que sobrevivem da ignorância alheia? Esses não querem ter foco nem gestão. Não temos, portanto, escolhas: é fazer ou fazer.