O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa prestou depoimento ontem para a promotora de Justiça Glaucia Maria da Costa Santana. O Ministério Público do Estado do Rio apura informações a respeito de dois inquéritos: um sobre suspeita de superfaturamento no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes-RJ) e outro sobre uma possível evolução patrimonial incompatível do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado. Os casos estão sob sigilo, e, por isso, o MP não forneceu informações sobre o depoimento. Machado já negou envolvimento em irregularidades.

O depoimento não faz parte das investigações da Operação Lava-Jato. Costa cumpre prisão domiciliar e foi ouvido em sua casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A promotora chegou por volta das 14h e deixou o local às 16h30m, sem falar com a imprensa.

O depoimento de Costa à promotora foi autorizado pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava-Jato. Glaucia pediu acesso aos depoimentos prestados pelo ex-diretor da Petrobras na investigação que corre no Paraná, e o magistrado não se opôs. No despacho, o juiz pediu que o MP do Rio se cercasse de cuidados para ouvir Costa.

"Entretanto, estando o acusado Paulo Roberto Costa em prisão domiciliar por ordem deste Juízo e tendo ele firmado acordo de colaboração premiada com o MPF que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal, mas sobre o qual ainda há sigilo, entendo que a oitiva deve ser cercada de cuidados para não ingressar em crimes ou questões de possível competência do Supremo e sobre os quais aquela Suprema Corte mantém sigilo decretado. Assim, autorizo a oitiva de Paulo Roberto Costa, em seu próprio domicílio, pela promotora de Justiça em questão, devendo ele no ato contar com a assistência de seus defensores", escreveu Moro.