Nesta semana, a equipe de transição do governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) completa um mês de trabalho. O ritmo de recebimento de informações requeridas junto ao atual governo é classificado, por todos, como “lento”: dos 55 ofícios com pedidos de detalhamento da estrutura e do orçamento de cada órgão, 25 foram respondidos — menos da metade. O ideal, segundo integrantes da equipe, seria ter todas as respostas até sexta-feira.

Isso porque, na próxima semana, inicia-se a segunda fase de atividades da transição. Após levantar dados e fazer um diagnósitico da situação atual, as energias serão voltadas para o planejamento do primeiro ano de gestão, com o desafio de encontrar formas de priorizar as promessas de campanha mesmo com o orçamento previsto tendo sido elaborado por Agnelo Queiroz (PT).

Fora a dicussão sobre o rombo das contas públicas, o pagamento do salário dos professores, mais a antecipação de férias e o abono, em 5 de janeiro, foi o principal ponto de discordância entre socialistas e petistas no período pós-eleitoral. A preocupação de onde virão os recursos para o vencimento dos docentes faz parte das atividades do primeiro mês de trabalho, quando estão sendo identificadas maneiras para garantir a continuidade da prestação de serviços essenciais (leia Planejamento). 

O temor da equipe de transição é em relação, especialmente, a contratos prestes a expirar, como o responsável por fornecer alimentos em hospitais. Outra preocupação é com a manutenção do Metrô-DF — logo no começo do próximo ano, a empresa responsável por tal serviço não terá mais mais vínculo com o GDF. O objetivo é evitar, logo na chegada, a necessidade de assinar contratos emergenciais.

Extraoficiais
A transição foi dividida em oito grupos temáticos. Deles, quatro tratam de áreas específicas: saúde, educação, mobilidade urbana e segurança. Os demais são mais amplos e foram separados em subgrupos — por serem mais complexos, estão com os trabalhos mais atrasados. Os coordenadores dos oito devem, até o fim da semana, elaborar um formulário, a ser entregue para Rollemberg, com informações do que foi feito no último mês. Os relatórios devem ter, no máximo, 25 páginas, para que o futuro chefe do Executivo local consiga ler todos.

Devido à demora em receber algumas respostas, a equipe do governo eleito tem buscado detalhes com fontes extraoficiais. “Nós temos conseguido mais informações por fora, por pessoas que conhecemos lá de dentro, do que através do atual governo”, queixa-se um dos integrantes. Inclusive, eles estudam se não é hora de mudar a postura em relação à gestão petista, como forma fazer pressão por respostas mais ágeis. “Se antes, quando o Agnelo disse que nos trataria de forma cordial, os documentos estavam demorando, imagina agora, após resposta ao Hélio Doyle (coordenador-geral da transição) afirmando que manteria apenas uma relação protocolar conosco”, continua a fonte.

Hélio garante que não tem nada a reclamar sobre ao atual governo, mas diz que os documentos estão chegando “aos poucos”. Ele conta que a maioria dos secretários tem recebido os integrantes da transição e auxiliando nos trabalhos. Um problema, segundo ele, são as disputas políticas internas. “Muitos não entendem que o governo ainda não começou e se queixam que não foram convidados para uma ou outra reunião. Não entendem que é uma fase de trabalhos burocráticos, de levantamente de números e dados, não de composição política”, diz. 

Planejamento 

Primeiro mês de trabalho
Fase de recebimento de informações da atual gestão com informações sobre a estrutura e o orçamento de cada órgão. O intuito é fazer um diagnóstico da atual situação e identificar contratos em fase de encerramento, a fim de evitar a suspenção da prestação de serviços essenciais ou a assinatura de contratos emergenciais.

Segundo mês 
Será feito um planejamento do primeiro ano de governo, com foco nos quatro primeiros meses. O desafio é encontrar maneiras de implantar as promessas de campanha, mesmo com o orçamento previsto tendo sido elaborado por Agnelo Queiroz (PT).