RIO - Cair é um problema comum, sobretudo para os mais velhos. Um em cada três pessoas com mais de 65 anos cai, pelo menos, uma vez por ano, e 60% das quedas ocorrem dentro de casa. O que, para os mais jovens, é uma simples contusão, para o idoso pode representar uma fratura grave e até a morte. À medida que envelhecemos, essa se torna uma preocupação que não pode ser menosprezada. A boa notícia é que adaptações domésticas às vezes simples se tornam grandes aliadas na prevenção de quedas e contusões. Por isso, dicas de como tornar a residência mais segura foram o tema da última edição da série Encontros O GLOBO Saúde e Bem-Estar.

— As quedas implicam custos e mortalidade. De 20% a 30% dos idosos morrem no primeiro ano após a queda. É um problema grave — disse o cardiologista Cláudio Domênico, curador do evento realizado quarta-feira passada na Casa do Saber O GLOBO, na Zona Sul do Rio.

Com o envelhecimento populacional, a adaptação da casa deixa de ser um luxo e se torna um debate necessário. Professor associado e chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da UFRJ, José Sérgio Franco lembra que a redução da mobilidade, da visão e do equilíbrio acabam tornando o idoso mais suscetível a se machucar. Mas por que dentro de casa?

— A casa é o ambiente em que a pessoa está acostumada, onde ela se localiza mesmo sem luz, mas às vezes ela se engana — comenta o especialista, acrescentando que a maioria dos acidentes domésticos ocorre após as 19h. — Quando se levanta de noite, um tapetinho, um fio, um canto de mesa já são suficientes para provocar um acidente.

COMBATENDO ALERGIAS

Manter a casa limpa e livre de alérgenos é outra maneira de torná-la mais segura para os idosos. Em geral, capas protetoras para colchão, persianas verticais, pisos lisos etc. estão entre as principais dicas. Mas Marcelo Kalichsztein, coordenador do CTI da Casa de Saúde São José (Rio) e mestre em pneumologia pela UFRJ, traz mais uma recomendação.

— A verdadeira casa é o próprio corpo. Acredito em preparar o indivíduo para o mundo e não o mundo para o indivíduo — afirma Kalichsztein, que defende o tratamento medicamentoso como a melhor forma de diminuir os sintomas alérgicos.