Em publicação de novo trecho do depoimento do doleiro Alberto Yousseff à Justiça, a revista Veja deste fim de semana traz reportagem que aponta que a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não teriam reagido ao escândalo da Petrobras. Segundo a publicação, a partir das declarações do doleiro, a Polícia Federal encontrou em computadores do Palácio do Planalto mensagem, enviada em 29 de setembro de 2009, pelo então diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava-Jato.

Dirigido a Dilma, que na ocasião era ministra da Casa Civil do governo Lula, o e-mail, segundo a Veja, adverte o Planalto de que "por ter encontrado irregularidades pelo terceiro ano consecutivo", o Tribunal de Contas da União (TCU) havia recomendado ao Congresso Nacional a paralisação de três obras da Petrobras: construção e modernização das refinarias Abreu e Lima (PE) e Getulio Vargas (PR) e do terminal do porto de Barra do Riacho (ES). Ainda segundo a publicação, Paulo Roberto Costa deixava implícito na mensagem um pedido de que fosse adotada uma "solução política" para o caso, evitando a paralisação das obras.

Em reação à publicação, o Planalto divulgou nota considerando que as "práticas ilegais" do ex-diretor "só vieram a público em 2014, graças às investigações conduzidas pela PF e pelo Ministério Público". A Presidência afirma que as pendências apontadas pelo TCU nas obras da refinaria Abreu e Lima já haviam sido comunicadas, em agosto de 2009, à Casa Civil pelo Congresso e foram repassadas à Controladoria-Geral da União (CGU).

Bloqueio

A Justiça Federal bloqueou mais R$ 33,5 milhões pertencentes a executivos e funcionários de empreiteiras investigados pela Lava-Jato. O dinheiro estava distribuído em contas, fundos de investimento e planos de previdência. As informações foram enviadas em ofício do Bradesco ao juiz Sérgio Moro. Como a "varredura" continua sendo executada pelo Banco Central e pelas instituições financeiras, não é possível antever qual montante será bloqueado ao fim do processo.