A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, continuava ontem internada no Hospital Otamendi, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, com um quadro de infecção no sigmoide, região próxima do cólon, segundo informaram os integrantes da Unidade Médica Presidencial.
À noite, o governo emitiu um comunicado no qual indicava que a presidente permanecerá internada. Os médicos não informaram por quanto tempo Cristina ficará no hospital.
Ao contrário das ocasiões anteriores em que esteve internada em um hospital, desta vez Cristina não recebeu a visita de integrantes do governo. Além disso, eram raros os militantes kirchneristas, outrora sempre presentes em vigílias pela recuperação da presidente.
Nas imediações do hospital, a companhia elétrica Edesur instalou um gerador para enfrentar eventuais falhas no abastecimento de energia elétrica. Buenos Aires e sua região metropolitana são cenários de frequentes apagões elétricos, provocados pela crise energética que atinge o país de forma intermitente desde 2004.
A presença do gerador provocou polêmica na mídia e nas redes sociais, já que, no mesmo dia de sua instalação, no domingo, no Hospital Municipal Iriarte, na cidade de Quilmes, na zona sul da Grande Buenos Aires, um apagão deixou médicos e pacientes às escuras por mais de uma hora. Segundo testemunhas, a falta de energia ocorreu quando os médicos haviam iniciado uma operação em um bebê, que teve de continuar sob a iluminação dos celulares de médicos e enfermeiras.
Em razão do apagão, outras enfermeiras do hospital em Quilmes tiveram de ajudar de forma manual os bebês ligados a tubos de oxigênio, enquanto mães precisaram segurar em seus braços os filhos que estavam nas incubadoras.
Em dezembro, durante uma série de apagões que afetou diversas áreas da capital argentina durante três semanas, o secretário-geral da presidência, Oscar Parrili, no cargo desde 2003, conseguiu driblar a falta de energia graças a um gerador da companhia de eletricidade que foi instalado especialmente para uso do quarteirão onde reside, no bairro de Palermo. Quando Parrilli saiu de férias, o equipamento foi removido.
Em 2003, o então presidente Néstor Kirchner (2003-2007) inaugurou com toda pompa a unidade de tratamentos presidenciais, destinada ao atendimento do presidente da república e sua família, que contava com uma sala de reuniões para o gabinete de ministros.
A unidade de saúde, porém, só foi utilizada duas vezes pelos Kirchners. Uma delas, em 2005, para um exame médico de Néstor. Outra, em 2007, quando a filha do casal, Florencia, passou por cirurgia nas amígdalas. Depois, Néstor e Cristina preferiram estabelecimentos privados para seus tratamentos.