A bancada do PT está dividida sobre a estratégia para a disputa da Presidência da Câmara. Há hoje três posições: os que defendem um acordo imediato com o líder do PMDB Eduardo Cunha (RJ), em troca de apoio ao PT para presidir a Casa na segunda metade da legislatura, em 2017 e 2018; os que trabalham para que o PT lance um nome agora, mas fique aberto a negociar com Cunha se constatar nas próximas semanas que não há chances de vitória; e os radicalmente contrários a Cunha, que defendem que o PT mantenha candidatura e, em caso de derrota no primeiro turno da disputa, apoie o candidato da oposição.

O tema será debatido durante o encontro do PT hoje e amanhã em Fortaleza. Os que defendem acordo com Cunha sustentam que o PT da Câmara perdeu a capacidade de interlocução com a base aliada. Para eles, Cunha como aliado é melhor do que Cunha como inimigo. Se o PT lançar candidato, avalia esse grupo, inviabilizará as conversas com Cunha.

Durante missão oficial ao exterior, o ex-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), um dos nomes do partido para a vaga, conversou com Júlio Delgado (PSB-MG), um dos candidatos da terceira via, sobre a disputa pela presidência da Câmara. Do encontro participaram tucanos que relutam em apoiar Cunha. Chinaglia e Júlio sabem que a candidatura de Cunha está forte, mas tentam encontrar alternativas. Por enquanto, sinalizam para um acordo em torno de quem passar para o segundo turno.