BRASÍLIA - O vice-presidente Michel Temer disse ontem que o governo está "tranquilíssimo" com as investigações da Operação Lava-Jato. A afirmação foi feita ainda como presidente em exercício, antes de Dilma Rousseff, que estava em viagem na Austrália, voltar ao Brasil. Ele afirmou que o governo está incentivando a apuração dos desvios sobre os contratos da Petrobras.

- (O governo está) não apenas tranquilo, como incentivando. Você sabe que a competência é da Polícia Federal de um lado, do Ministério Público de outro, o Congresso Nacional de outro, fazendo CPI. De modo que o governo está tranquilíssimo. E todas as palavras da presidente e de todos os órgãos do governo é no sentido de incentivar as apurações - afirmou Temer.

Temer defendeu que haja repactuação dos contratos atuais envolvendo as empreiteiras acusadas de pagar propina a servidores da Petrobras.

Já o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse, em mensagem na internet, que Dilma deveria "pedir desculpas" ao país pelo fato de seu governo ter permitido as irregularidades na Petrobras. Ele fez os comentários em sua página no Facebook.

- Agora que reconhece, ainda que tardiamente, a existência de corrupção, faço novamente o mesmo convite: presidente, a senhora não acha que está na hora de pedir desculpas ao país pelo que o seu governo permitiu que ocorresse com a Petrobras? - disse.

Candidato a vice do tucano na disputa presidencial, o senador Aloysio Nunes Ferreira afirmou que a oposição já começou a coletar assinaturas para uma nova CPI sobre a estatal e, da tribuna do Senado, fez um duro discurso apontando Dilma como a beneficiária pelos malfeitos na estatal.

- Não seria leviano aqui para dizer que a presidente Dilma é, pessoalmente, desonesta. Mas que ela se beneficiou desse esquema se beneficiou. Ela se beneficiou eleitoralmente, politicamente. Ela fez parte de um governo sustentado na lama. E ela nada fez para impedir - afirmou.