Último foragido da lava-jato Se entrega à pf em curitiba
O Globo - 25/11/2014
Irmão de ex-ministro é acusado de ter transportado dinheiro para políticos
Jones Rossi *
CURITIBA (PR)
Apontado pela Polícia Federal como o último foragido da sétima etapa da Operação Lava-Jato, Adarico Negromonte Filho se entregou ontem na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Ele chegou acompanhado por um advogado e um segurança. Com sorriso no rosto e aparentemente tranquilo, entrou pela porta principal, sem tentar se esconder.
Adarico, um dos 25 investigados nesta fase da Lava-Jato, é o irmão mais velho do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, e trabalhava para o doleiro Alberto Youssef. Segundo a PF, sua função era entregar dinheiro a políticos.
De acordo com as investigações, ele levava valores do escritório do doleiro até os agentes públicos e partidos políticos envolvidos. Ele teve a prisão decretada pela Justiça Federal do Paraná na semana passada, e sua defesa já entrou com um pedido de revogação da prisão temporária.
sem diligência
Em seu pedido, a advogada Joyce Roysen diz que seu cliente vem sendo considerado como "foragido da Justiça, o que não é condizente, pois em momento algum foi realizada diligência em sua residência na cidade de Registro, para o cumprimento da medida coercitiva".
"Assim, o requerente, por não suportar mais as mazelas da prisão temporária decretada por Vossa Excelência, por intermédio de suas advogadas, entrou em contato com a Polícia Federal de Curitiba e informou que se apresentará nesta segunda-feira, dia 24, a fim de que possa contribuir com as investigações criminais", destaca a petição da advogada.
A criminalista aguarda um posicionamento da Justiça sobre o pedido de liberdade de Adarico. Ela alega que ele tem idade "avançada", 68 anos, e que o quadro de saúde também é "delicado". Segundo Joyce, Adarico sofre de pneumonia viral crônica.
- Se esse é o nome correto da doença eu não tenho certeza, mas foi o que ele me disse - afirmou a advogada.
pneumonia viral AGUDA
O GLOBO consultou a pneumologista e responsável pelo Ambulatório de Fibrose Cística da Santa Casa de São Paulo, Neiva Damasceno, sobre as restrições que a doença relatada pela advogada poderiam impor ao paciente. A médica afirmou que quadros virais de pneumonia não têm como ser de natureza crônica.
- Não existe pneumonia viral crônica, mas aguda.
Ainda pela manhã, Adarico prestou o primeiro depoimento à Polícia Federal. Segundo sua advogada, o testemunho durou cerca de uma hora, e seu cliente não deixou de responder nenhuma pergunta feita pelo delegado.
Logo após o relato, Adarico foi encaminhado ao Instituto Médico Legal para passar pelo exame de corpo de delito, com o objetivo de garantir a integridade física da testemunha. Apesar da declaração da advogada de que ele possui um "estado de saúde delicado", não foi solicitado nenhum cuidado médico especial para Adarico, segundo a Polícia Federal.
Além dele, o doleiro Alberto Youssef também prestou depoimento ontem e deve falar novamente à Justiça hoje.
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Lewandowski quer priorizar ação sobre Petrobras
O Globo - 25/11/2014
SÃO PAULO
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar em breve ação que impede a Petrobras de fechar contratos sem seguir a Lei de Licitações. A afirmação foi feita ontem pelo presidente da Corte, o ministro Ricardo Lewandowski. Segundo ele, o processo terá prioridade para ser julgado pelo plenário do tribunal "dentro das possibilidades da pauta".
O processo chegou ao STF em 2005 e pede a revisão de um decreto do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que permite que a estatal faça contratações por meio de processos simplificados de licitação. A ação está pronta para ser julgada, segundo o STF. Há, porém, um mandado de segurança sobre o tema, de relatoria do ministro Gilmar Mendes, que também aguarda julgamento desde 2010.