Título: Mais fabricantes de ecstasy
Autor: Leite, Larissa
Fonte: Correio Braziliense, 25/06/2011, Brasil, p. 10

O Relatório Mundial sobre Drogas 2011 aponta o aumento e a diversificação da produção de drogas sintéticas no mundo. Segundo o estudo, mais países da Europa, da América do Norte, da Oceania e da América Latina passaram a fabricar a droga, incluindo o Brasil. O estudo indica o fechamento no país de dois laboratórios, em 2008 e 2009, nos quais foram apreendidas 20 mil pílulas.

Para o representante do Unodc, Bo Mathiasen, a presença da droga não é expressiva na América do Sul. No entanto, "existem indicações que devem ser monitoradas de perto". "Os dois laboratórios descobertos no Brasil, em Curitiba e Santa Catarina, demonstram que a fabricação não requer infraestrutura complicada", afirma.

O representante ainda chama atenção para a preferência da droga pela parcela mais jovem da população. O relatório destaca uma pesquisa nacional, feita entre estudantes universitários em 2009, que revela o uso por 3,9% dos participantes, excedendo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) para populações em geral que é de 0,2%.

Para o coordenador-geral de Polícia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, Márcio Nunes, as drogas sintéticas ainda não representam um problema tão grave no país, apesar de já serem monitoradas. "A polícia sempre tem operações em que as apreende. Observamos que são drogas para a classe mais abastada, mas que também atendem um modismo, não uma tendência disseminada". De acordo com o coordenador, a droga está mais presente nas regiões Sul e Sudeste e em capitais como Fortaleza, Natal e Recife. (LL)