Os escorpiões não fazem mais parte da rotina dos moradores da SQN 214. Para acabar com a praga urbana, a prefeitura da quadra se inspirou em Americana, cidade do interior de São Paulo. Lá, foi utilizada a técnica de pulverizar o veneno em microcápsulas para matar o aracnídeo e acabar com o risco de acidentes. Segundo especialistas, o aparecimento do bicho nesta época do ano já é esperado, mas pode ser controlado. Até outubro, a Diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde (Dival) recebeu 1,1 mil solicitações de inspeção relacionadas ao inseto. 

Quem mora no local estava assustado com os escorpiões, que surgiam das tampas de bueiros, ralos e pias. O medo de acidentes, principalmente com crianças, fez com que os condôminos dos blocos montassem uma comissão para exterminar o inseto. “Nós estávamos apavorados. Colocamos avisos nos elevadores e saímos à caça de uma solução”, conta Fernanda Mesquita, prefeita da quadra. Eles procuraram a Dival, órgão ligado à Secretaria de Saúde, mas não tiveram resposta de forma oficial. “Uma equipe veio aqui, mas recomendou apenas medidas paliativas”, afirma a prefeita. Entre as soluções apontadas pela Dival, estão tampar ralos e buracos de pia e não deixar acumular entulho e lixo na quadra.

Não satisfeitos, os moradores procuraram uma maneira efetiva de acabar com o inseto. Um deles conheceu a técnica utilizada no interior de São Paulo. “A eficácia é comprovada e o veneno mata, em vez de somente afugentar o bicho”, diz Marco Antonio Cicilialti, morador do Bloco J. Dividido entre eles, o gasto não foi alto: cerca de R$ 4,2 mil. Preço baixo para que a tranquilidade voltasse aos apartamentos do local. “A falta de ação do poder público fez com que resolvêssemos o problema por nossa conta. Mas todo esforço foi recompensado”, afirma a prefeita. Há 20 dias, não aparece nenhum escorpião na quadra.

Solução
Dealtametrina em microcápsulas diluída em água e pulverizada na rede de esgoto foi o produto utilizado. O engenheiro agrônomo e especialista em pragas urbanas Marcos Takeaki Monma explica que o escorpião tem uma defesa natural aos inseticidas normalmente utilizados para o controle dos surtos. Ele veio de São Paulo depois da aplicação do remédio para verificar se a epidemia havia sido realmente controlada. “Os venenos que são usados causam irritação no bicho e isso espalha o problema, uma vez que o animal não morre e foge daquela área onde tal produto foi espalhado. Diferentemente do que ocorreu aqui. Podemos abrir as tampas do esgoto e não encontraremos escorpiões”, afirma.

Na técnica, 150ml de produto são diluídos em 10 litros de água. A mistura química pode dedetizar cerca de 200 metros quadrados. A solução é pulverizada nos esgotos. “Dessa forma, o produto se espalha melhor pela tubulação”, justifica Carlos Alberto Folha, dono da empresa de dedetização e aplicador químico.

Para anotar

Em caso de ataque, há dois números para recorrer



0800 6446 774

(Centro de Informação Toxicológica, com orientação de primeiros-socorros em casos de acidentes)


3341-1900

(Dival, para solicitar inspeção 
de animais peçonhentos, 
como o escorpião)