Com apoio dos partidos da base e da oposição, a Câmara aprovou ontem a indicação do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) para vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado e da CPMI que investiga os escândalos de corrupção na Petrobras, o peemedebista foi indicado para ocupar a vaga do ex-ministro José Jorge, que se aposentou após completar 70 anos.

Assim que tomar posse, ele deve assumir no tribunal os processos que tratam da investigação da Petrobras, especialmente sobre a compra da refinaria de Pasadena, que pode respingar no governo da presidente Dilma Rousseff e na presidente da empresa, Graça Foster.

- Estou muito emocionado com o carinho de todos. Vamos marcar a posse depois que for publicado o decreto. Mas isso só deve acontecer depois do recesso. Até lá os processos da Petrobras continuam com o ministro substituto e os técnicos que já trabalham no caso - disse Vital após a conclusão da votação do projeto de decreto legislativo, na Câmara.

O nome preferido pelo Planalto para ocupar a vaga era o da ministra Ideli Salvati. A petista chegou a fazer campanha no Congresso, mas seu nome foi vetado pelo PMDB. A indicação de Vital foi aprovada na Câmara, depois de uma sessão de elogios, por 313 votos sim, oito votos não e oito abstenções.

Durante a sessão da Câmara para discussão da indicação, ontem, líderes de todos os partidos ocuparam o microfone para elogiar a conduta de Vital, lembrando sempre de suas origens.

- Desejo saúde, sucesso e sorte ao meu conterrâneo - disse o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), que fez a orientação de bancada pelo PMDB.

O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) disse que tinha um carinho fraternal pelo novo ministro do TCU.

- É um homem preparado e íntegro, que vai analisar os processos com firmeza e rigor. Nada mais acertado que sua indicação foi aprovada no dia do combate a corrupção - saudou o tucano mineiro.

O presidente do PSDB de Minas Gerais, Marcus Pestana, anunciou, em discurso, ter apresentado um projeto para mudar os critérios de indicação dos novos ministros do TCU, com base na meritocracia, para acabar com as indicações políticas principalmente do Planalto.

- É preciso blindar o TCU contra influência política dos governantes. Mas estamos com o Vital - disse Pestana.

No Senado, a indicação foi aprovada na semana passada quase por unanimidade pelo plenário: 63 votos sim, uma abstenção e um não, do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).