Com dificuldades junto ao PMDB para incluir o tema em uma Medida Provisória já em discussão no Congresso, o governo decidiu editar uma nova MP para tratar da correção da tabela do Imposto de Renda prometida pela candidata Dilma Rousseff na campanha eleitoral. A área econômica propôs essa alternativa diante da resistência do relator da MP 656, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), em colocar o dispositivo no seu parecer. Eunício disse que conversou com a área econômica e que a edição de uma nova Medida Provisória ficou acertada. Segundo ele, para valer em 2015, a MP só pode ser editada depois do dia 22 de dezembro, quando o Congresso já estará em recesso constitucional.

- A oposição iria dizer que a gente estava querendo dar mais um golpe. Então, acertei com a Fazenda que será editada uma nova MP sobre o IR - explicou Eunício Oliveira.

Na mesma linha, o líder do PMDB da Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que a ideia é essa.

- O governo vai editar uma MP - disse Eduardo Cunha.

Na semana passada, o Ministério da Fazenda disse, por meio de assessores, que está mantido o compromisso de corrigir a tabela do Imposto de Renda em 2015, conforme prometido pela presidente Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral por sua reeleição. Na campanha, o governo chegou a sinalizar que a correção poderia ser igual a inflação, mas a intenção é, segundo aliados, manter a correção em 4,5%. A proposta de correção da tabela do Imposto de Renda é uma das promessas da presidente Dilma Rousseff para 2015.

Na campanha eleitoral, Dilma fez discurso prometendo que o benefício da correção do IR seria concedido. Depois, quando a MP que tratava do assunto perdeu a validade, o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a proposta seria incluída em outra MP em tramitação.

A MP 656 foi editada no início de outubro e trata de uma série de benefícios fiscais, como a redução a zero das alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP, da COFINS, da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação incidentes sobre a receita de vendas e na importação de partes utilizadas em aerogeradores. O parecer do senador Eunício Oliveira ainda nem foi votado na comissão especial formada por deputados e senadores para analisar a MP.