Surgiram agora no Brasil inúmeros “especialistas” na área de petróleo, sob inspiração de uma oposição que busca enfraquecer a Petrobras e seu papel estratégico, com claros objetivos políticos, eleitorais e ideológicos. Fala-se sobre a compra da Refinaria de Pasadena (EUA), pela Petrobras, como se fosse o pior negócio do mundo. Omite-se que a operação fazia parte dos planos estratégicos da estatal desde 1999, visando a investir em refino no exterior para lucrar com a venda de derivados de petróleo, sobretudo nos EUA. Visava também a utilizar o petróleo brasileiro do campo de Marlim, em crescente produção na época.

Sem o poder dos oráculos, para antever em 2008 o início da maior crise do capitalismo mundial desde 1929, o Conselho de Administração da empresa aprovou a compra, extremamente vantajosa, em 2005. As condições objetivas ditaram o negócio. Porém, desde o ano passado, com o reaquecimento da economia dos EUA, Pasadena passou a ter valorizados os seus ativos. É hoje muito lucrativa. É uma questão de tempo reaver o que foi investido.

A oposição PSDB/DEM, com sua mídia de apoio, tenta confundir a sociedade brasileira. Quer manchar a imagem da empresa e depreciar seu valor de mercado, para favorecer grupos estrangeiros de olho no pré-sal e contrários ao regime de partilha, que resguarda os interesses nacionais. Essa oposição, quando foi governo, conseguiu afundar a plataforma P-36, com prejuízos ao país de mais de US$ 2 bilhões, sem falar dos lucros cessantes; e, em 2000, privatizou a Refinaria Alberto Pasqualini por meio de troca de ativos com a Repsol argentina, do grupo Santander. Nessa transação, a Petrobras “deu” ativos de US$ 2 bilhões e recebeu ativos de US$ 170 milhões.

Lembremos: em 1994, o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, manipulou a estrutura de preços dos derivados de petróleo — a Petrobras teve aumentos de combustíveis 8% abaixo da inflação, e as distribuidoras tiveram aumentos 32% acima. Transferiram-se da Petrobras para o cartel das distribuidoras cerca de US$ 3 bilhões anuais, totalizando hoje mais de US$ 50 bilhões. Os números da era FH desmoralizam a oposição e os ataques atuais à estatal.

Mentira já desfeita é de que a Astra comprou a refinaria por US$ 42,5 milhões e a revendeu à Petrobras por US$ 1,2 bilhão. Os números são outros, conforme mostram Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, e a atual presidente, Graça Foster: a Astra desembolsou US$ 360 milhões antes de revender por US$ 554 milhões, dentro das condições de mercado de 2006. Pasadena foi adquirida a uma média inferior à de outras transações da época.

Comparada com outras refinarias vendidas na época, seus valores, mesmo depois dos conflitos judiciais, ficam em linha com outras operações do mercado.