Rodrigo Rollemberg se cercou de pessoas próximas, que o acompanham desde o período pré-eleitoral, para áreas fundamentais da administração. No grupo estão  todos os nomes que compõem a direção da equipe de transição: Hélio Doyle (chefe da Casa Civil), Leany Lemos (secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão), Marcos Dantas (secretário de Relações institucionais e Sociais), Carlos Tomé (secretário de Mobilidade), Paulo Salles (secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação) e Rômulo Neves (chefe de Gabinete). À exceção de Doyle, os demais são filiados ao partido do governador.


O PSB também foi lembrado com a indicação do candidato a distrital derrotado Marcos Pacco para a secretaria de Desenvolvimento Humano e Social. A pasta chegou a ser oferecida à distrital Celina Leão (PDT), que preferiu continuar como deputada para dar apoio ao governador na Casa. O PDT foi atendido com a indicação do presidente regional da legenda, Georges Michel, para a Secretaria de Trabalho e Empreendedorismo.


Para cuidar do dinheiro, ele escolheu Leonardo Colombini. O próximo chefe da Fazenda participou dos governos mineiros de Aécio Neves (PSDB) e Antônio Anastasia (PSDB) e é um dos idealizadores do choque de gestão realizado naquele estado. O nome foi um agrado aos tucanos. Já o da Saúde, Ivan Castelli, foi subsecretário de Atenção à Saúde na gestão de Agnelo Queiroz (PT) e tem muito bom trânsito com o governo federal. Paulo Feitoza ajudou a escrever o programa de governo do PSB, mas foi preterido justamente por Castelli contar com o aval do Ministério da Saúde e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).


O mais poderoso do governo será Hélio Doyle. Político de larga experiência, foi secretário nas gestões de Cristovam Buarque (PDT) e de Joaquim Roriz (PRTB) e é um jornalista com passagem pelas principais redações do país. Acumulará, na Casa Civil, as atuais pastas de Publicidade e Comunicação. Leany Lemos também participará das principais decisões da futura gestão. De perfil mais técnico, tem pós-doutorado em ciência política pela Universidade de Oxford (Inglaterra) e terá como atribuição decidir qual a verba será destinada para cada pasta.


Além de Hélio e Leany, Marcos Dantas e Colombini farão parte do núcleo principal do governo. Dantas terá a tarefa de manter uma boa relação entre o Buriti e os outros poderes, principalmente em relação à Câmara Legislativa. 

Proximidade
Do círculo mais próximo do socialista, poucos ficaram de fora do primeiro escalão. Os que têm estreita relação com o futuro governador são classificados pela forma como se referem a Rollemberg (PSB) a maioria deles foi contemplada. Os amigos de infância que o acompanharam por toda a trajetória política costumam chamá-lo de Digão. É o caso do próximo chefe da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Salles, e de Marcelo Dourado e Paulo de Tarso Castilho, que devem aparecer no segundo escalão.


Outros estão com ele há algum e o chamam de Rodrigo. Hélio Doyle, da Casa Civil, Marcos Dantas, de Relações Institucionais e Sociais, e Jaime Recena, de Turismo, se encaixam nesse perfil. Por fim, há os menos íntimos, que o chamam de senador, pois o conheceram já na instituição. São eles a responsável pelo Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, o futuro chefe de Mobilidade (antiga pasta de Transportes), Carlos Henrique Tomé, e Rômulo Neves, que será o chefe de gabinete.

 

Hélio Doyle, chefe da Casa Civil

Influente nos bastidores da política local, Hélio concorreu a cargo público apenas uma vez, em 1986, quando tentou ser deputado federal constituinte. Um dos fundadores do PT-DF ao lado de Armando, irmão de Rodrigo Rollemberg (PSB), afastou-se do partido após desavença com o então governador, Cristovam Buarque, quando era o secretário de Governo. Depois, aproximou-se do clã Roriz e tornou-se secretário-chefe do Gabinete de Articulação Institucional, entre 2003 e 2004. Em 2010, coordenou a comunicação da campanha de Rodrigo Rollemberg para o Senado Federal e estreitou a relação com o futuro governador. Ano passado, filiou-se ao PSD e quase foi o candidato a vice-governador da chapa, mas teve o nome preterido por Renato Santana. Passada a eleição, desligou-se do PSD e é um dos poucos que fala em nome de Rollemberg.

 

Leany Lemos, secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão

Consultora legislativa há 22 anos, trabalhou no gabinete de importantes políticos brasileiros, como Darcy Ribeiro, Roberto Freire (PPS) e Cristovam Buarque (PDT). Nunca, no entanto, tinha se envolvido de forma direta com a política. Apenas em 2012 filiou-se ao PSB, após começar, um ano antes, trabalhar com Rollemberg. De perfil técnico, tem extenso currículo acadêmico: é graduada em letras tradução, mestre em ciência política e doutora em estudos comparativos das Américas, todos pela Universidade de Brasília (UnB) fez um pós-doutorado em Oxford (Inglaterra). Na equipe de transição, teve a tarefa de sugerir nomes, levantar currículos e ver se os indicados para os primeiro e segundo escalões eram ficha limpa. Rollemberg confia na capacidade de gestora. Sorridente e simpática, nos momentos da cobrança, porém, não deixa a desejar.

 

Marcos Dantas, secretário de Relações Institucionais e Sociais

Presidente do PSB-DF, foi um dos principais defensores, desde o princípio, do desligamento da gestão de Agnelo Queiroz (PT) e da construção de uma candidatura própria socialista. Nos bastidores, foi um dos principais responsáveis por articular a aliança que garantiu bom tempo de televisão no programa eleitoral gratuito a Rollemberg. De perfil conciliador, terá a missão de azeitar as relações entre os Poderes, principalmente com a Câmara Legislativa, onde o governo pode ter dificuldades. É pós-graduado em administração pública na Fundação Getulio Vargas (FGV) e servidor de carreira do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) desde 2002. Nos últimos anos, trabalhou na liderança do PSB no Senado Federal com o governador eleito. Foi um dos coordenadores da campanha e coordenador de relações políticas e com a sociedade da equipe de transição.

 

Leonardo Colombini, secretário da Fazenda

Tucano histórico, trabalhou nos 12 anos da gestão do PSDB em Minas Gerais e é um dos responsáveis pelo choque de gestão realizado pelos ex-governadores Aécio Neves (PSDB) e Antônio Anastasia (PSDB). Foi assessor especial da secretaria de Fazenda, subsecretário do Tesouro Estadual e secretário adjunto da Fazenda até 2010, quando assumiu a chefia da pasta. Antes disso, tornou-se assessor especial do ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, de 1999 a 2002. Servidor aposentado do Banco Central, é formado em ciência contábil. No início deste ano, auxiliou Anastasia a cortar aproximadamente 2 mil cargos comissionados e a reduzir de 23 para 17 o número de secretarias. O objetivo da medida foi cortar recursos gastos em custeio de pessoal na ordem de R$ 1 bilhão a fim de ter verba em caixa para fazer mais investimentos.