As negociações entre a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer para definir os ministérios que serão ocupados pelo PMDB chegou a um impasse: o partido não quer mais ficar com o comando da Previdência e reivindica um ministério com "mais peso", leia-se recursos para investir, e "mais capilaridade", ou seja, capaz de fazer políticas locais. Dilma vem adiando o encontro com seu vice. Ontem, eles se reuniriam, mas a presidente acabou viajando para a Argentina, onde participa hoje de cúpula do Mercosul. Em um telefonema a Temer, disse que eles conversariam na sua volta ao Brasil, prevista para hoje, às 20h.

O PMDB busca garantir o comando de seis ministérios, o que já tinha a concordância de Dilma. Há duas semanas, a presidente sinalizou que indicaria o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) para a Previdência. Ele disse ao partido que não aceita e reivindicou a Integração Nacional. Ontem, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) disse a Temer que a Integração não está no pacote do PMDB e será oferecida a outros aliados.

Considerado um abacaxi, a Previdência ganhou nos últimos dias a rejeição dos peemedebistas da Câmara e do Senado. Por outro lado, o partido pediu e deverá levar a Secretaria de Portos. A bancada da Câmara queria que Eliseu Padilha (PMDB-RS) fosse nomeado para o Ministério do Turismo, mas o cargo é ocupado por Vinícius Lages, afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e, com isso, Padilha pode acabar ficando com Portos.

A presidente poderá indicar o deputado Pedro Paulo (RJ) para a Autoridade Pública Olímpica, como um agrado ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e ao prefeito Eduardo Paes pelo apoio à sua reeleição, em meio ao movimento Aezão, que conquistou parte do PMDB no estado.

Em jantar com Temer, na segunda-feira, Pezão, disse que deseja manter um canal de diálogo "direto" e "permanente" com o Planalto e o que importa ao Rio é garantir recursos para seus projetos.