Com o apoio de PDT, PCdoB e PROS, o PT lançará hoje a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (SP) à presidência da Câmara. Juntos, esses partidos somam 110 dos 513 parlamentares. Os petistas vinham adiando a formalização porque queriam garantir o apoio de alguns partidos para não entrarem na disputa isolados e fragilizados, já que o principal adversário é o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). O acordo entre os quatro partidos foi fechado em um almoço na casa do líder do PROS, deputado Givaldo Carimbão (AL). O PT tenta atrair ainda o PSD e o PR, mas os dois partidos conversam também com os peemedebistas.

O deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que a formalização da candidatura ocorre por pedido de partidos que não querem votar em Cunha para o comando da Casa.

- Os partidos pediram. Então, vamos mostrar que a candidatura do Arlindo é para valer - disse o petista.

Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o apoio de PDT, PROS e PCdoB à candidatura de Chinaglia é um bom indicativo, porque há conversas em curso e o bloco poderá aumentar até fevereiro, quando ocorrerá a eleição.

- Por enquanto, temos quatro partidos, mas esse é o início. Estamos conversando com outros - disse.

O PSB, que deverá lançar a candidatura de Júlio Delgado (MG), anunciou a formação de bloco parlamentar ontem integrado por PPS, SD e PV. No entanto, a participação do SD, presidido pelo deputado Paulo Pereira da Silva, não tem relação com a candidatura à presidência da Câmara, pois a legenda apoia Cunha.

O peemedebista reagiu às movimentações dos partidos em busca de apoio para viabilizar candidaturas competitivas contra a sua.

- O movimento de um implica em movimento de outros. O PMDB já pensa há bastante tempo em formar bloco, mas essa discussão só vai se concretizar dia 31 de janeiro - afirmou Cunha.

Bloco do PSB desconfia

O bloco formado por PSB, PPS, SD e PV não fechou consenso em torno da candidatura de Júlio Delgado, mas tomou uma decisão: não estará do lado do PT em "hipótese alguma". Segundo o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque, os partidos acreditam que a candidatura de Chinaglia não irá até o fim e que o PT acabará se aliando ao PMDB e a Cunha.

- Fechamos posição de não estar com o PT porque acreditamos que, mais à frente, Arlindo se tornará o candidato a vice de Cunha, fazendo uma dobradinha PMDB-PT. Desse arranjo, estamos fora - disse Beto.