Paraná (Argentina) e Brasília - Em rápida conversa com sua colega argentina, Cristina Kirchner, a presidente Dilma Rousseff assegurou ontem que "está muito difícil" preparar o anúncio sobre seu futuro gabinete. Na despedida de Dilma da Cúpula de presidentes do Mercosul, realizada ontem na cidade argentina de Paraná, a 500 quilômetros de Buenos Aires, Cristina perguntou a Dilma se amanhã seria sua posse. Dilma disse que "não, será a diplomação". Logo depois, a presidente argentina perguntou se sua colega brasileira anunciaria o futuro gabinete:

- Não, está muito difícil, muito difícil. Você não sabe no Brasil como é difícil

Finalmente, Cristina desejou sorte a Dilma e a presidente brasileira se retirou do encontro de presidentes, para retornar ao Brasil. A conversa entre ambas foi acompanhada pelos jornalistas que cobriam o encontro já que ambas falaram muito perto dos microfones.

Nesta cúpula, Dilma assumiu a Presidência Pro Tempore do bloco, por um período de seis meses. A presidente permaneceu apenas algumas horas na cidade de Paraná .

Dilma termina seu primeiro mandato com 52% de aprovação ao seu governo, 41% desaprovam e 8% não souberam responder. O índice, divulgado ontem pelo CNI/Ibope, é quatro pontos percentuais maior que o levantamento anterior realizado pelo instituto. Em setembro, Dilma era aprovada por 48%. Mesmo assim, ela chega ao fim desta gestão com índice bem menor do que teve em seus dois primeiros anos à frente do Palácio do Planalto. Em março do ano passado, por exemplo, ela era aprovada por 79% dos entrevistados. De acordo com a pesquisa, a avaliação da gestão da petista praticamente não teve alteração. Oscilou de 38% em setembro para 40% de ótimo e bom. Para 32%, ela fez um governo regular e, para 27%, ruim ou péssimo. 1% não responderam.

A presidente e o vice, Michel Temer, serão diplomados hoje, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para mais um mandato. Com o país em dificuldades econômicas, com crescimento baixo e inflação em alta, Dilma deve dizer que continuará lutando por melhores condições de vida em especial para a população de baixa renda.