Ruas alagadas pelas chuvas, árvores sem poda, grama alta, hospitais sem médicos, lixo espalhado pelas ruas, funcionários com o salário atrasado e protestos generalizados. Esse é o cenário da capital federal às vésperas da posse do novo governador, Rodrigo Rolemberg (PSB), e da presidente Dilma Rousseff. O governo atual, comandado pelo petista Agnelo Queiroz, amarga crise econômica, causada especialmente pelo inchaço na folha de pagamento. Por isso, não honrou o pagamento de fornecedores e servidores. A estimativa é que Rollemberg herde um rombo de mais de R$ 3 bilhões.

A crise financeira começou a ficar evidente depois da derrota de Agnelo para Rollemberg nas urnas. Até a festa de Ano Novo na Esplanada dos Ministérios, na noite anterior à cerimônia de posse, foi ameaçada pela falta de dinheiro. A pedido do Ministério Público do Distrito Federal e do Tribunal de Contas local, a Justiça chegou a impedir a licitação para contratar os serviços para o evento. A justificativa era de que, em meio ao desequilíbrio das contas públicas, não seria conveniente gastar com som, iluminação e fogos de artifício. O governo recorreu e conseguiu uma decisão contrária, garantindo o Réveillon. O valor inicial da licitação é de R$ 2,1 milhões.

A equipe de transição tem se reunido com fornecedores que não foram pagos, especialmente os da área de saúde, para negociar o pagamento da dívida e a volta da prestação dos serviços. Entre os que amargaram o calote estão fornecedores de equipamentos e medicamentos para hospitais.

— A situação que o DF está é de todo lamentável. Todo o esforço deve ser para equilibrar as finanças, porque vamos receber um governo com rombo superior a R$ 3 bilhões. O grande esforço vai ser reduzir despesa e ampliar a receita para voltar à normalidade, priorizando insumo para os hospitais, pagamento de salários e o funcionamento do transporte público — explica o governador eleito, Rodrigo Rollemberg.

Procurado pelo GLOBO, a assessoria de imprensa de Agnelo não retornou as ligações. Até ontem, parte dos 216 mil funcionários — entre ativos, inativos e pensionistas — estava sem receber salários, 13e salário, férias e horas extras. A promessa é de que o pagamento seja feito até o dia 30. Na saúde, a situação é extrema. Com a paralisação dos funcionários da limpeza, os corredores