Com oito de seus filiados citados até agora como beneficiados pelos esquemas de corrupção detectados pela Operação Lava-Jato na Petrobras, o PT se prepara para, mais uma vez, rebater a pecha de que é um partido corrupto. Assim como aconteceu no mensalão, petistas classificam o suposto envolvimento de filiados nos escândalos da Petrobras como sendo uma campanha difamatória contra a sigla.

- O mensalão não foi um ato de corrupção. Foi política pura. Foi um julgamento com condenação sem provas, com núcleos de acusação insustentáveis. Não tem dinheiro público envolvido, até o Joaquim Barbosa (relator do caso no Supremo Tribunal Federal) sabe disso - afirmou o deputado Paulo Ferreira (PT-RS), que integra o diretório nacional e pertence à corrente majoritária.

Ferreira acredita que o mesmo tipo de relativização pode ser feito na Operação Lava-Jato.

- Estamos cascas-grossas nesse tema. Tem que ver se foi corrupção, se há envolvimento de dirigentes - destacou ele.

Desde as eleições, o partido está assombrado com a pecha de corrupto e tenta deixá-la para trás. Na tentativa de enfrentar o assunto, o PT divulgou, no final do mês passado, uma resolução sobre combate à corrupção. O texto, que tenta dar uma resposta às denúncias recentes, foi proposto pela Mensagem, segunda maior corrente da sigla, e aprovada por consenso. Houve apenas um ajuste no texto, com a saída da palavra "imediatamente", ao tratar de eventuais expulsões de filiados. Com a concordância de todos, o texto final diz que será punido quem comprovadamente participar de atos de corrupção.

- É preciso haver o direito ao contraditório. Não podemos fazer prejulgamento - disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), integrante da Mensagem.

Numa reunião do diretório nacional, em Fortaleza, o tesoureiro João Vaccari, um dos alvos da investigação da Petrobras, foi ovacionado. Na ocasião, ele se disse injustiçado e se defendeu.

Também foram citados até agora na Lava-Jato os petistas Antônio Palocci, Humberto Costa, Gleisi Hoffmann, Tião Viana, Delcídio Amaral, Candido Vaccarezza e Vander Loubert.