Na véspera de tomar posse, a presidente Dilma Rousseff anunciou ontem, num clima de "Dia do Fico"," os últimos 14 nomes da equipe ministerial do segundo mandato. Desses, 13 foram de ministros confirmados nos cargos que já ocupavam até agora no primeiro governo de Dilma. O único que deixa a Esplanada dos Ministérios é o chanceler Luiz Figueiredo. Para o seu lugar, foi indicado o embaixador Mauro Vieira, atualmente na embaixada do Brasil em Washington. Figueiredo será deslocado para esse posto.

Algumas decisões ficaram para o último instante e outras nem são definitivas. Por conta da indefinição sobre o destino das verbas publicitárias, se ficam vinculadas à Secretaria de Comunicação Social (Secom) ou vão para o Ministério das Comunicações, a presidente convenceu o ministro Thomas Traumann a ficar no cargo até que a questão seja resolvida. Dois petistas foram cogitados para a Secom nas últimas semanas — o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) e o tesoureiro da campanha petista, Edinho Silva (PT-SP).

Luís Inácio Adams ficará na Advocacia Geral da União, mas a ideia é que seja indicado nos próximos meses para uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). Marcelo Neri (Assuntos Estratégicos) também estava de saída do governo e a pasta vinha sendo negociada pela presidente com o PMDB e com o PT, mas as negociações não avançaram. A saída de Figueiredo do Itamaraty também foi decidida em cima da hora. Até anteontem, setores do governo se dividiam em relação à sua permanência.

Em nota oficial divulgada no fim da manhã de ontem, a presidente confirmou nos cargos — além de Adams, Neri e Traumann —, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Arthur Chioro (Saúde), Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres), Guilherme Afif Domingos (Micro e Pequena Empresa), Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), José Eduardo Cardozo (Justiça), José Elito Carvalho Siqueira (Segurança Institucional), Manoel Dias (Trabalho) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social).

ENTRE 39, NENHUMA PASTA PARA O RIO

Terceiro colégio eleitoral pais, o estado do Rio não terá nenhum ministro político entre os 39 escolhidos pela presidente Dilma Rousseff para governar em seu segundo mandato. Embora cinco dos ministros que tomarão posse hoje tenham nascido no estado, entre eles o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nenhum deles teve atuação política. No primeiro mandato de Dilma, três ministros políticos do Rio — Carlos Lupi (PDT), Moreira Franco (PMDB) e Luiz Sérgio (PT) — foram empossados já em primeiro de janeiro de 2011, além de outros quatro que nasceram no estado.

Na avaliação de aliados, o maior problema encontrado por Dilma para contemplar o Rio foi o fato de os partidos da base mais fortes no estado terem se dividido na eleição. Com isso, neste segundo mandato, além de Joaquim Levy, os outros quatro ministros que também nasceram no Rio não tem qualquer relação política na cidade — Marcelo Neri (SAE), Nelson Barbosa (Planejamento), Jaques Wagner (Defesa) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). Embora seja político e nascido no Rio, Wagner fez carreira político-partidária na Bahia.