A Ideal Invest, gestora de crédito estudantil, criou um financiamento para cursos de ensino a distância. Segundo dados do Ministério da Educação, o ensino a distância contava com 52 mil alunos em 2003, entre cursos de instituições públicas e particulares. Em 2013, atingiu 1,2 milhão de estudantes. Na nova linha de crédito, o aluno paga 60% do valor da mensalidade durante o dobro do período do curso. Ou seja, para um curso de quatro anos, o pagamento pode ser feito em oito anos, com juro mensal de cerca de 1%.

 

A Ideal Invest, gestora de crédito estudantil, criou um financiamento para cursos de ensino a distância – modalidade que cresce fortemente no país e ainda não é contemplada pelo Fies, programa do governo federal.

 

Segundo dados do Ministério da Educação, o ensino a distância contava com 52 mil alunos em 2003, entre cursos de instituições públicas e particulares. Em 2013, atingiu 1,2 milhão de estudantes.

 

Na nova linha de crédito, o aluno paga 60% do valor da mensalidade durante o dobro do período do curso. Ou seja, para um curso de quatro anos, o pagamento pode ser feito em oito anos, com juro mensal de cerca de 1%.

 

O repasse da Ideal Invest às faculdades é mensal. Já nos cursos presenciais, a instituição recebe o acumulado das mensalidades do semestre antecipadamente.

 

Além da nova modalidade de crédito, a Ideal Invest – que tem como sócios o Itaú, o fundo DLJ America e o IFC, braço do Banco Mundial – fez ajustes no financiamento às graduações presenciais. Os juros para o aluno foram reduzidos de cerca de 2% ao mês para 1,35% e a instituição de ensino vai arcar com uma taxa de 0,65%. Neste caso, o estudante desembolsa 65% da mensalidade durante dez anos, incluindo os quatro anos do curso. “Pelo modelo anterior, a dívida ficava muito alta e gerava inadimplência”, diz Carlos Furlan, diretor-executivo da Ideal Invest.

 

Há possibilidade de a instituição arcar com 100% dos juros. Neste caso, os estudantes pagam 50% da mensalidade, sem juro, durante a vigência do empréstimo. A Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), já subsidiou integralmente a taxa de juros para 5 mil alunos. “Para a instituição, o Fies é mais barato. Mas o Pravaler é interessante porque há uma antecipação de mensalidades e não temos despesas com cobrança de inadimplentes porque esse trabalho é feito pela Ideal Invest”, diz Alexandre Zeni, pró-reitor da Feevale. Hoje, a Feevale subsidia os juros para 2,5 mil alunos e tem outros 2,5 mil estudando com Fies. No financiamento do governo, a instituição reverte 6,5% da mensalidade para um fundo garantidor.

 

Os alunos que optam por um financiamento privado normalmente não se enquadram nas exigências do modelo público. O Fies pode ser contratado por estudantes com renda familiar bruta de até 20 salários mínimos. Mas para conseguir financiar 100% da mensalidade é preciso ter renda familiar inferior a 10 salários e a despesa com ensino tem de representar no mínimo 60%. Nos demais casos, o subsídio vai de 50% a 75%.

 

Furlan acredita que a tendência é o governo desacelerar a concessão de crédito estudantil ou limitar o benefício para alguns cursos ou regiões nos próximos anos, abrindo oportunidade à iniciativa privada. Hoje, a Ideal Invest é a única gestora de crédito estudantil privado no país e sua meta é atingir 100 mil alunos, com repasse de R$ 1 bilhão, até 2017. “O nosso propósito não é disputar com o Fies até porque é impossível concorrer com juros de 3,4%. Ao contrário, a partir de 2015 vamos dar consultoria aos alunos e mostrar as melhores opções. Tem aluno que pede financiamento para licenciatura, mas o governo dá bolsa para esse tipo de curso”, diz Furlan. A Ideal Invest receberá uma remuneração da instituição para cada matrícula fechada.

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