Título: Semana de diálogo na UnB
Autor: Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 30/06/2011, Cidades, p. 34

Em uma semana histórica para a luta por direitos iguais para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, a Universidade de Brasília (UnB) realiza plenária para a formação de um grupo de trabalho que confeccionará um programa de combate à homofobia no ambiente acadêmico. Ontem, estudantes e professores se reuniram a fim de discutir propostas para coibir atos de violência aos LGBTs. Há denúncias frequentes de agressões físicas e verbais a gays e lésbicas no câmpus.

A maioria dos participantes pede o fortalecimento do movimento estudantil LGBT e o incentivo ao diálogo para a promoção do respeito no ambiente acadêmico, além de uma rede de assistência aos alunos homossexuais. Muitos denunciaram atos de violência durante festas e aulas. "Não adianta fazermos atos isolados, uma vez por ano. A homofobia acontece todos os dias", disse o estudante de serviço social Hyago Bryahan.

Uma das propostas levantadas ontem foi que a UnB faça seu próprio kit contra a homofobia, uma vez que o material preparado pelo governo federal para distribuição em escolas teve a divulgação suspensa após polêmica.

Para o professor de filosofia Wanderson Flor, membro do Núcleo de Estudos sobre Diversidade Sexual e de Gênero, é preciso reconhecer que a homofobia é um problema da UnB e abrir canais de transparência. "Muitas pessoas que sofrem alguma agressão não falam", diz. Os debates são organizados pela Diretoria de Esporte, Arte e Cultura do Decanato de Assuntos Comunitários da reitoria e pelo Diretório Central de Estudantes.