Com a elevação de 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros Selic, que passou para 11,75% ao ano, as aplicações de renda fixa, como os fundos DI e de renda fixa, ganham mais atratividade. Os fundos  ganham da caderneta na maioria das situações, segundo simulação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

“A vantagem dos fundos em relação à poupança deve crescer cada vez mais no próximo ano, com a sinalização da nova equipe econômica de que teremos um ciclo de aperto e de alta de juros”, explica Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econômicos da Anefac. 

As cadernetas só são interessantes frente aos fundos de renda fixa que cobram taxa de administração acima de 2% ao ano. Caso o investidor saque o dinheiro no curto prazo, o rendimento dos fundos com essas taxas perde para a poupança, já que há maior alíquota de Imposto de Renda.

“Para conseguir uma taxa de 2% (que garante a vantagem da renda fixa frente à poupança no longo prazo), o investidor precisa colocar pelo menos uns R$ 5 mil, R$ 10 mil. Menos que isso, só a taxas maiores, e aí a poupança rende mais”, diz Oliveira.  Confira a tabela comparativa:

 

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Para Otto Nogami, professor de economia do Insper, é preciso que o investidor tenha cautela e busque opções de taxas competitivas no mercado. “A gente tem que tomar um pouquinho de cuidado com a taxa de administração e com o prazo. É preciso colocar tudo na ponta do lápis”, diz o professor. Para ele, a partir de 12% ao ano, porém, os fundos seriam vantajosos em praticamente qualquer ocasião.

A renda fixa fechou o primeiro semestre como aplicação mais rentável. No acumulado do ano até novembro, só perdeu para o dólar, que apresentou uma escalada no último mês.

Vale lembrar que a poupança tem ganho garantido por lei (Taxa Referencial + 6,17% ao ano) e não sofre qualquer tributação, diferentemente dos fundos de renda fixa que possuem IR sobre seus rendimentos – variando entre 15% e 22,5% de acordo com o tempo da aplicação.

A poupança antiga rende 70% da Selic mais TR, mas somente se a taxa básica estiver em 8,5% ou menos. Como a Selic está em 11,75% ao ano, o cálculo do rendimento da nova poupança se dá da mesma maneira que na poupança antiga. Ambas as cadernetas rendem 0,60% ao mês no cenário atual.

CENÁRIO

Com a indicação do governo de um novo ciclo de alta de juros para equilibrar a economia e controlar a inflação, Oliveira, da Anefac, recomenda que o investidor opte por fundos e títulos pós-fixados. “Para acompanhar essa nova onda da Selic, o investidor deve apostar nos pós-fixados, como nos fundos DI, por exemplo, e não em pré-fixados, que seriam mais apropriados num cenário estável”, diz.

Para Otto Nogami, o pequeno investidor deve se manter na poupança. “Dada a perspectiva nebulosa que ainda temos, indiscutivelmente quanto mais seguro melhor”, diz. “Já o investidor de médio porte, que conta com a ajuda de algum especialista, pode diversificar entre poupança para o curto prazo, renda fixa para o longo prazo e Bolsa, que ainda guarda boas oportunidades”, diz. A recomendação do professor para esse perfil seria de 50% na renda fixa, 40% na poupança e 10% em Bolsa.