Depois de anunciar o secretariado, a escolha dos demais nomes que vão compor a gestão socialista vem tirando o sono do governador eleito, Rodrigo Rollemberg (PSB). Nos últimos dias, ele esteve reunido apenas com os principais auxiliares na sua casa, no Park Way. O objetivo do encontro fechado e mais afastado do centro da capital era evitar que as decisões pudessem vazar. Enquanto a reunião acontecia, no entanto, as articulações nos bastidores seguiram intensas. 

Para a Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap), dona de robusto orçamento e responsável pelas terras públicas da capital, por exemplo, o ex-secretário executivo do Ministério da Integração Nacional e do Ministério de Ciência e Tecnologia, Alexandre Navarro, é o mais cotado. No Banco de Brasília (BRB), o indicado certamente será um servidor de carreira. O nome foi enviado ao Banco Central para aprovação. 

Nesta tarde, o futuro chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, dará uma coletiva para divulgar mais nomes que vão compor o governo. Não estão confirmados quais cargos serão anunciados. A única certeza é a oficialização de quem ficará à frente da controladoria-geral do DF, a ser criada pelo novo governo. O órgão ficará encarregado de realizar o papel de fiscalização e de divulgação dos atos do Executivo que estavam sob a responsabilidade da Secretaria de Transparência, extinta na primeira reforma de Rollemberg. 

 

Rogério Rosso deve escolher nome para comandar a Ceilândia (Lula Lopes/Esp. CB/D.A Press)

Rogério Rosso deve escolher nome para comandar a Ceilândia


A nomeação dos responsáveis pelas administrações regionais não ocorrerá hoje, pois o tema ainda está sendo discutido com os aliados. Único partido que esteve na coligação desde o princípio e não foi contemplado no primeiro escalão, o Solidariedade disputa a indicação para chefiar uma das regiões mais populosas do DF, Taguatinga. Samir Faraj, parente da distrital eleita Sandra Faraj (SD), é candidato para a função. Em Ceilândia, Marcelo da Adega, ligado ao deputado federal eleito Rogério Rosso (PSD) e ao futuro vice-governador, Renato Santana, morador da cidade, sonha com o cargo. 

Na Administração de Brasília, uma das que tem maior visibilidade, pode ser alocado o candidato a distrital socialista Henrique Ziller, que não se elegeu. Funcionário do Tribunal de Contas da União (TCU), também foi lembrado para a área de transparência. Mas, com a extinção da pasta e a criação da controladoria-geral, o indicado deve ser alguém com menos ligações partidárias. No Gama, o distrital Rodrigo Delmasso (PTN) quer indicar o administrador. 

 

Filiada ao Solidariedade, Sandra Faraj quer um aliado em Taguatinga

Filiada ao Solidariedade, Sandra Faraj quer um aliado em Taguatinga


Outros que se lançaram a cargos proporcionais e não se elegeram com certeza vão aparecer nos segundo ou terceiro escalões. O pedetista Thiago Jarjour é um deles. Ele sonha com a administração de Brasília, mas nada está garantido. Raphael Sebba e Joyce Mathias, ambos do PSB, também podem figurar em cargos de chefia. Paulo Feitoza se desligou da diretoria do Hospital da Asa Norte (Hran) há dois anos somente para auxiliar no plano de governo na área da saúde de Rollemberg. Foi preterido para comandar a pasta, mas certamente participará do governo. É muito provável que ocupe a secretaria-adjunta da Saúde ou a Subsecretaria de Atenção à Saúde. 

Confirmados 
Fora as especulações, apenas três políticos foram confirmados no segundo escalão. Marcelo Dourado, um dos mais antigos aliados de Rollemberg, presidirá o Metrô-DF. Hermes de Paula, como antecipou o Correio, foi secretário de obras de Critovam Buarque e comandará a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Maurício Ludovice ficará à frente da Caesb. Paulo de Tarso Castilho, amigo de infância do próximo chefe do Executivo local, tem espaço garantido no Palácio do Buriti, com fácil acesso ao governador. Talvez ganhe uma assessoria especial. Marlon Costa, funcionário de Rollemberg no Senado, também deve aparecer em alguma função relevante. 

Mudança 

Em entrevista publicada domingo, o governador Agnelo Queiroz (PT), entre outras críticas ao sucessor, reclamou da extinção da Secretaria de Transparência. O petista ressaltou que a pasta é uma das mais bem equipadas do país. O governador eleito, Rodrigo Rollemberg (PSB), reduziu o secretariado e decidiu transformar a secretaria em Controladoria-geral, com as mesmas atribuições