Apesar da queda superior a 50% na cotação do petróleo no mercado internacional desde meados do ano passado e da consequente redução no custo dos derivados no exterior, a Petrobras não pretende repassar o preço menor da gasolina e do diesel para o mercado brasileiro. Ontem, Maria das Graças Foster, presidente da estatal, afirmou que os preços de gasolina e diesel serão mantidos no atual patamar durante todo o ano de 2015.

- Quanto à política de preços, o preço de gasolina e diesel será mantido nesse ano de 2015, independente das diferenças que temos em relação aos preços internacionais. Isso significa uma excepcional recuperação de resultado para nós em cima da comercialização de combustíveis, como diesel e gasolina. Vamos ter uma pequena perda do Market share (participação de mercado) - disse Graça, pela primeira vez, sobre o assunto.

De acordo com cálculos de Adriano Pires, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a Petrobras vende hoje na refinaria a gasolina cerca de 70% mais cara em relação ao mercado internacional e o diesel com valor 50% superior. Pelas suas contas, com o atual nível de preço, a Petrobras tem ganhos de R$ 4 bilhões por mês:

- Entre 2001 e o fim de 2014, a companhia perdeu cerca de R$ 57 bilhões quando o preço do petróleo estava em alta lá fora e aqui os combustíveis eram vendidos mais baratos.

Ontem, Graça também frisou que a Petrobras está revisando a política de preço de derivados como óleo combustível, asfalto e GLP industrial. Porém, ela não deu detalhes, o que deixou parte do mercado em dúvida sobre o futuro dos valores cobrados.

- Como é monopolista, não se sabe o que esperar de sua política - disse Pires.