Mais de 30 chefes e vice-chefes de Estado confirmaram presença na posse da presidente Dilma Rousseff até ontem à noite. A solenidade acontece na quinta-feira a partir das 15h. O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, será um dos presentes. Também confirmaram presença o vice-presidente da China, Li Yua Nchao, o presidente da Câmara Alta da Rússia, Alexander Torshin, a chanceler da África do Sul, Maite Mashabane. Ainda são esperadas confirmações da Índia, que faz partes dos Brics, e das potências europeias Inglaterra, Alemanha e França.

A cerimônia vai ter a presença do primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven. Ele ficará no Brasil até 3 de janeiro. Löfven vai a São José dos Campos (SP), para tratar de negociações sobre a compra dos caças Grippen NG pela Força Aérea Brasileira (FAB). “A visita do primeiro-ministro Löfven ao Brasil acontece no momento em que a parceria estratégica entre os dois países está se fortalecendo”, disse a embaixada sueca, em nota. Os suecos estão de olho em novos negócios com os brasileiros. “O primeiro-ministro Löfven tem a esperança de expandir a cooperação bilateral nas áreas de mineração sustentável, energia renovável, bioeconomia, tecnologia de informática e comunicação, e saúde.”

Metalúrgico como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Löfven tem “laços de amizade com Brasil de longa data”. Já se encontrou com Lula várias vezes e cumprimentou Dilma logo após a reeleição da petista. O vice-presidente de Portugal, Paulo Portos, confirmou presença na posse de Dilma. Na Espanha, ainda não está confirmado o envio de alguma autoridade. Se vierem, poderão estar presentes membros da família real.

Também deverão comparecer à posse de Dilma o presidente eleito do Uruguai, Tabaré Vazquez, e o atual, Pepe Mujica. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tende a não vir ao Brasil porque enfrenta problemas de saúde. Em seu lugar, estará o vice-presidente, Amado Boudou. Cristina fraturou o tornozelo, segundo agências internacionais.

A presidente do Chile, a socialista Michele Bachelet, é outra presença confirmada na posse. O mandatário do Paraguai, Horacio Cartes, também. Ainda não há confirmação de chefes de Estado da Colômbia. Da África, foram confirmados representantes de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e Gana.

Chuva
A posse de Dilma pode ser menor do que a de quatro anos atrás, assim como aconteceu quando Lula foi reeleito em 2007. Se o antecessor dela viu o público cair de 150 mil para 10 mil pessoas entre uma solenidade e outra, a queda de público pode ser ainda maior agora. Em 2011, 30 mil pessoas compareceram não só para ver Dilma, mas para se despedir de Lula, presidente que encerrou o mandato com altos índices de popularidade.

Ao contrário dele, a presidente enfrenta aprovação baixa, venceu uma eleição por apenas 3,5 milhões de votos de diferença e convive com protestos da oposição em São Paulo. Como mostrou o Correio ontem, os setores de informação dos órgãos de segurança do governo federal já identificaram indícios de protestos contra Dilma. Mas, para compensar essa ameaça de baixo público, que sempre é reforçada pelas prováveis chuvas, o Palácio e o PT estão mobilizando sindicatos e movimentos sociais para participarem da festa.


Programe-se
Veja como será a cerimônia:

14h30 — Dilma sai do Palácio do Alvorada em direção à Catedral, em comboio escoltado por batedores

14h50 a 14h55 — Dilma chega à Catedral e troca de carro, entrando no Rolls Royce da Presidência. Durante cinco minutos desfila em carro aberto para a população que acompanha a solenidade na Esplanada dos Ministérios. Se estiver chovendo, ela pode optar por ficar dentro do carro.

15h — Dilma chega ao Congresso e entra pela rampa. Se estiver chovendo, entra pela Chapelaria. Segue para os fundos do plenário da Câmara, onde o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, lerá o termo de posse. Dilma faz juramento à Nação.

16h — A presidente sai do Congresso e assiste a uma salva de gala de 21 tiros de artilharia da guarda de honra das Forças Armadas.

16h10 — Dilma segue para o Palácio do Planalto. Sobe a rampa e recebe a faixa do chefe do Cerimonial Renato Mosca. O Hino Nacional é executado. Se estiver chovendo, ela entra pela garagem privativa e coloca a faixa dentro do gabinete, longe dos olhos do público.

16h30 — De faixa, a presidente vai ao Parlatório, onde discursará para a população. A previsão é de que seja uma fala entre 30 e 40 minutos.

17h — A presidente segue para o interior do Palácio do Planalto, onde receberá cumprimentos de autoridades.

18h30 às 20h30 — Dilma vai ao Itamaraty, onde haverá uma recepção para convidados internacionais.