A Operação Lava-Jato bloqueou R$ 118,8 milhões das contas de 16 pessoas e de três empresas investigadas. Os dados são de levantamento feito por servidores da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde corre o processo. Apesar disso, o valor pode ser maior, já que alguns saldos de contas-correntes não foram informados ao juízo. Até o momento, pelo menos R$ 32,9 milhões estão bloqueados em contas judiciais. Outros R$ 85,9 milhões ainda serão transferidos para essas contas bancárias, segundo o relatório apresentado ao juiz Sérgio Moro na segunda-feira à noite.

Apenas quatro investigados respondem por R$ 77,4 milhões, 65% do dinheiro bloqueado: o vice-presidente da Engevix, Gerson de Mello Almada, teve R$ 37 milhões apreendidos pela Justiça, mais de um terço do total. Em segundo lugar, está Idelfonso Collares, ex-presidente da Queiroz Galvão, com R$ 18 milhões. Na sequência, vêm Agenor Franklin de Medeiros, diretor da OAS, com R$ 11,9 milhões, e Ricardo Pessoa, presidente da UTC Constran, com R$ 10,5 milhões.

A Justiça bloqueou R$ 13,2 milhões das empresas Technis Planejamento e Gestão em Negócios Ltda. e Hawk Eyes Administração de Bens Ltda., do lobista Fernando “Baiano” Soares. Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Baiano era o operador do PMDB no esquema. O partido e Baiano negam.

O ex-diretor de Engenharia da Petrobras Renato Duque teve R$ 4 milhões bloqueados. Outros R$ 151 mil, da empresa dele, D3TM Consultoria, também estão à disposição da Justiça. O vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, teve R$ 4,7 milhões bloqueados. Erton Medeiros, da Galvão Engenharia, ficou sem R$ 9 milhões.

Em depoimento, Paulo Roberto Costa disse que o diretor da Odebrecht Rogério Santos de Araújo sugeriu que ele abrisse conta na Suíça para receber US$ 23 milhões em subornos. O intermediário na operação foi Bernardo Freiburghaus, da Diagonal Investimentos, segundo Costa. A Odebrecht “nega veementemente”.

A PF abriu ontem mais 10 inquéritos para investigar fraudes de empresas em contratos da Petrobras. Serão investigadas a MPE Montagens e Projetos Especiais; a Alusa Engenharia; a Promon Engenharia; a Techint Engenharia e Construção; a Construtora Andrade Gutierrez; a Skanska Brasil; a GDK; a Schain Engenharia; a Carioca Christiani Nielsen Engenharia; e a Setal Engenharia Construções e Perfurações.

Políticos
A força-tarefa designada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o envolvimento de políticos citados no âmbito da Operação Lava-Jato nos desvios da Petrobras se reuniu ontem pela primeira vez. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, participou do encontro.

A meta do grupo é encaminhar os pedidos de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) antes do carnaval. A PGR espera que o sigilo do caso seja retirado no momento do pedido do inquérito. Dessa forma, a lista dos políticos envolvidos no escândalo poderá ser divulgada.


Aumento de 83% nas diárias de ministros
Resolução publicada no Diário Oficial da União permite o aumento de 83% das diárias recebidas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em viagens oficiais. A partir de agora, em vez de R$ 614 por dia de viagem nacional a serviço da Corte, eles passarão a ganhar 1/30 do vencimento, de R$ 33.763,00. Dessa forma, a diária será de R$ 1.125,43. No caso de deslocamentos internacionais, o benefício corresponderá a US$ 485 por dia.