Indícios de que a recuperação econômica global segue incerta voltou a preocupar os investidores na segunda-feira. Dados piores na Alemanha, no Japão e na China tiraram parte do apetite por risco, enquanto favoreceu a procura pelos Treasuries. O petróleo, por sua vez, segue em queda acentuada, o que contribuiu para o desempenho ruim das empresas de energia.

Em dia de agenda tranquila nos Estados Unidos, o foco dos agentes voltou-se a notícias de outras regiões. Na China, a balança comercial obteve superávit de US$ 54,47 bilhões em novembro, de US$ 41,1 bilhões estimados anteriormente. As exportações cresceram 4,7% em novembro ante o ano anterior. O número ficou abaixo dos 11,6% verificados em outubro. As importações diminuíram 6,7% em relação ao ano anterior, depois de um aumento de 4,6% em outubro.

"A queda nas importações ressalta o enfraquecimento da demanda doméstica, a desaceleração do setor imobiliário e também o recuo nos preços das commodities - que reflete a piora da perspectiva para a economia chinesa", disse Craig Erlam, estrategista de mercado da Alpari.

No Japão, o Produto Interno Bruto (PIB) do país contraiu pelo segundo trimestre consecutivo no período de julho a setembro. No terceiro trimestre, o PIB encolheu 0,5% na comparação trimestral, de contração de 0,4% registrados anteriormente, em termos reais.

Em terreno europeu, o Ministério da Economia da Alemanha informou que a produção industrial do país cresceu 0,2% em outubro na comparação com setembro. Economistas consultados pelo "The Wall Street Journal" esperavam alta de 0,3%.

O índice Dow Jones caiu 0,59%, para 17.852,48 pontos, S&P 500 recuou 0,73% para 2.063,31 pontos, enquanto Nasdaq perdeu 0,84%, para 4.740,69 pontos. No mercado de Treasuries, o juro da T-note de 10 anos desceu a 2,257%.

As empresas do setor de energia estiveram entre os principais perdedores da sessão devido ao contínuo recuo nos preços do petróleo. Chevron e Exxon Mobil caíram, respectivamente, 3,70% e 2,26%.

Entre as commodities, o contrato do petróleo WTI para janeiro caiu US$ 2,79 (4,2%) e fechou a US$ 63,05 o barril, o menor nível de fechamento desde 16 de julho de 2009. O Brent para o mesmo mês recuou US$ 2,88 (4,2%), para US$ 666,19 o barril, menor patamar de encerramento desde 29 de setembro de 2009.

Na Europa, o índice de ações Stoxx 600 caiu 0,67%. A bolsa de Paris perdeu 1%, enquanto Frankfurt recuou 0,72%.

"O petróleo está ampliando a tendência de queda devido ao amplo reconhecimento que não vai haver um equilíbrio rápido no mercado físico", disse Tim Evans, estrategista de energia do Citi.

O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, disse estar otimista com o desempenho da economia americana e disse que o Fed pode esperar até meados de 2015 para iniciar o processo de elevação de juros. "A economia me dá confiança que o Fed pode considerar o aumento do juro em 2015", disse Lockhart, que este ano não tem direito a voto no comitê de política monetária do banco central.