Título: Histórico de idas e vindas
Autor: Torres, Izabelle; Iunes, Ivan
Fonte: Correio Braziliense, 01/07/2011, Política, p. 2

Nos primeiros seis meses de governo, Dilma Rousseff surpreendeu aliados e oposicionistas ao voltar atrás em algumas decisões. A desistência de deixar os restos a pagar de 2009 perderem a validade, como vinha anunciando, demonstrou que ela não está disposta a enfrentar os aliados. Foi assim no projeto que trata da Lei de Acesso à Informação.

Dilma defendia a transparência e a divulgação dos dados considerados sigilosos em poder do Estado. Mudou de ideia depois que foi pressionada pelos ex-presidentes Fernando Collor e José Sarney, hoje senadores. Depois, recuou do recuo e voltou a defender a divulgação dos dados.

O governo também desistiu de conceder superpoderes à Fifa e ao Comitê Olímpico Internacional para interferências nas obras da Copa e das Olimpíadas. Antes, a cúpula palaciana disse que se tratava de um item aceito por outros países. Depois, propôs a extinção do texto, que já tinha sido aprovado pelos deputados governistas.

A presidente também precisou desistir nas negociações do Código Florestal. Um dos temas de que fazia questão acompanhava o discurso de ambientalistas, determinando a obrigatoriedade de reservas em áreas rurais. Ela terminou aceitando dispensar da obrigação propriedades que medem até quatro módulos fiscais. Para quem prima por falar pouco em público e limitar a conversa com aliados ao envio de recados por ministros, a presidente já acumula uma lista de recuos que a distancia da imagem de gerente inflexível. (IT)