Título: Rede nega ser hostil
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Fonte: Correio Braziliense, 06/07/2011, Economia, p. 11
O grupo Carrefour, o segundo maior varejista do mundo depois do norte-americano Walmart, divulgou ontem nota dizendo que "não tem intenções hostis em relação ao Casino". Acrescentou que o plano de fusão com o Pão de Açúcar foi submetido por um terceiro (o fundo Gama, do banco BTG Pactual) e que ainda depende de aprovação do grupo brasileiro. O Casino, sócio de Abilio Diniz, reiterou que as intenções do Carrefour em relação à companhia são hostis.
O analista James Monro, da S&P Equity Research, disse que os comentários do Carrefour sugerem que a empresa está desconfortável com a batalha, que seria um foco de distração no momento em que tenta se recuperar de anos de fraco desempenho em seus principais mercados europeus. "Talvez eles tentem algum outro acordo com o Casino. Mas o concorrente tem todas as cartas na mão neste momento. Eles não precisam de dinheiro, e não querem abrir mão de uma posição dominante no Pão de Açúcar", afirmou.
Outro analista, que pediu anonimato, disse que o Carrefour avançou mais do que deveria. "Esse acordo começou errado. O Carrefour está andando para trás. Talvez o Carrefour esteja começando a se dar conta de que nada pode ser feito sem o consentimento do Casino", disse. O Carrefour, porém, ressaltou que o acordo entre o Casino e a família Diniz, um documento público, não conteria qualquer disposição que proíba discussões ou negociações.