Título: Araguaia de volta à pauta
Autor: Rizzo, Alana
Fonte: Correio Braziliense, 01/07/2011, Política, p. 4

Representantes do governo, familiares de desaparecidos políticos e militantes dos direitos humanos cobraram ontem o amplo acesso às informações da Guerrilha do Araguaia para que se cumpra a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que condenou o país, há sete meses, classificando o sumiço de 62 integrantes do movimento como crime contra humanidade. Uma das obrigações do Estado brasileiro é buscar e localizar restos mortais.

A Secretaria de Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, informou que o Grupo Araguaia, responsável pela localização dos corpos de desaparecidos políticos, ainda não está funcionando. Os trabalhos deverão começar no próximo mês, com o acompanhamento de familiares e do Ministério Público Federal (MPF).

"Os dois corpos localizados até agora na Região do Araguaia foram encontrados pelo empenho dos familiares. Enquanto houver sigilo, é praticamente impossível", afirma Criméia de Almeida, da Comissão dos Familiares de Mortos e Desaparecidos de São Paulo.

O advogado Fábio Comparato, do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), afirma que o Executivo não deixou claro se vai cumprir a legislação internacional e citou o recente parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), revelado pelo Correio, em que o governo recua sobre a validade dos tratados internacionais e a revisão da Lei da Anistia. (AR)