O Banco Mundial (Bird) reduziu a expectativa de crescimento da economia mundial e do Brasil em 2015. Relatório divulgado ontem pela instituição prevê que, depois de ter avançado apenas 0,1% em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro terá expansão de 1% neste ano. De acordo com o estudo, entre os emergentes, o país ficará à frente apenas da Argentina, que recuará 0,3%, e da Rússia, que deve desabar 2,9%.

Em junho do ano passado, o banco ainda acreditava que o PIB do Brasil cresceria 2,7% em 2015. Apesar de bem menor, a nova projeção é mais otimista que a feita internamente por instituições do mercado financeiro, que apostam em alta de apenas 0,5% no nível de atividade. Diante da perspectiva de elevação de juros e de impostos, crescem também previsões de que o país terá recessão neste ano.

Além do Brasil, o Bird vê perspectivas decepcionantes para os demais países emergentes, para o Japão e para a Zona do Euro. Apesar dos preços mais baixos do petróleo, que reduzem os custos da energia, o PIB global deverá evoluir 3% neste ano, abaixo da estimativa anterior de 3,4%. "A economia mundial está em um momento desconcertante, crescendo mais lentamente do que o esperado e rodando com um único motor, os Estados Unidos", disse o economista-chefe da instituição, Kaushik Basu. "Isso não garante um quadro rosa para o mundo."

Para o banco, a situação pode melhorar um pouco a partir de 2016, quando o crescimento mundial deve chegar a 3,3%. Para o Brasil, a instituição prevê expansão de 2,5% no próximo ano e de 2,7% em 2017.

Petróleo

Entre os mercados emergentes, Brasil e Rússia pesaram sobre as previsões de crescimento global, assim como a China, que está desacelerando à medida que se afasta de um modelo baseado no investimento para adotar uma estratégia com maior ênfase no consumo.

De acordo com o Bird, a queda de 60% nos preços do petróleo desde junho do ano passado deve gerar um ganho líquido para a economia mundial, ao impulsionar os países importadores. Contudo, a queda nas cotações do principal insumo energético global levará anos para impulsionar o crescimento econômico.