O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu fortemente a sua previsão de expansão para o Brasil em 2015, passando de 1,4% para 0,3%. Com isso, acendeu um sinal de alerta no mercado, já que as estimativas do organismo multilateral, normalmente mais otimistas, vieram menores do que as dos analistas brasileiros, que projetavam alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,38%, no último Boletim Focus. Para a próxima semana, é esperado que os analistas ouvidos pelo Banco Central façam novos cortes na expectativa de crescimento do país.

O economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, já sinaliza que pretende rever sua estimativa do PIB para alta de 0,3% neste ano, ficando em linha com a do Fundo. “A nossa previsão começa a ser muito otimista, se adicionarmos o risco de apagão e de racionamento em 2015”, disse. Na opinião de Carlos Thadeu de Freitas Gomes, ex-diretor do Banco Central, o país não conseguirá registrar crescimento algum em 2015. “Ainda é cedo para estimarmos uma recessão, mas a economia está muito fraca”, afirmou.

O Brasil sofreu o maior corte das projeções do FMI, de 1,1 ponto percentual, entre os listados na atualização do relatório Panorama Econômico Global, publicado em outubro de 2014. Essa foi a quarta redução seguida nas estimativas para o país. Para 2016, a previsão do crescimento do PIB brasileiro caiu 0,7 ponto, para 1,5%.

Pelas projeções do FMI, o Brasil será o segundo país com pior desempenho entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Somente a Rússia terá resultado pior: queda de 3,5%. A China avançará 6,8%; a Índia, 6,3%; a África do Sul, 2,1%.

No mundo
A projeção de crescimento mundial do FMI para 2015 caiu de 3,8% para 3,5%. Houve redução de alta do PIB da China para o mais baixo patamar registrado nos últimos 25 anos no país, de 7,1%, na projeção de outubro, para 6,8%. Já a economia dos Estados Unidos teve a sua projeção para o ano elevada pelo Fundo, passando de alta de 3,1% para 3,6%. A melhora norte-americana ajudou no aumento da estimativa de crescimento dos países desenvolvidos, que passou de 2,3% para 2,4%. Já o avanço dos emergentes teve uma redução de 4,9% para 4,3.