Líderes da oposição começaram ontem a recolher assinaturas no Senado para pedir a instauração de uma nova CPI Mista da Petrobras. De acordo com o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), parlamentares da base governista também estão assinando a lista. “O Luiz Henrique (PMDB-SC), por exemplo, não havia assinado da última vez e já deu o apoio agora”, disse o tucano, acrescentando, porém, que ainda não conseguiu o número necessário de adesões.


São necessárias 27 assinaturas do Senado e 171 da Câmara para protocolar o pedido de CPMI. A intenção do PSDB é entregar o documento à Secretaria-Geral do Senado até a semana que vem. O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), diz que, entre a última legislatura e a atual, houve novidades no escândalo e, por isso, é necessária uma nova investigação. “Não tínhamos noção do prejuízo que a Petrobras teve com corrupção e má gestão: R$ 88 bilhões”, frisou.


Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), diz que não vê sentido na criação de uma CPMI sobre o mesmo assunto apurado no ano passado. “Tivemos, recentemente, duas CPIs da Petrobras e elas não trouxeram nenhum fato novo que já não estivesse sendo objeto de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público. O que cabe agora ao Congresso é esperar a manifestação do Ministério Público quanto aos seus membros e avaliar cada caso para investigar a quebra ou não do decoro parlamentar”, comentou.


O senador Aécio Neves, do PSDB-MG, articula a criação do colegiado. “Os responsáveis por isso têm que ser punidos exemplarmente, e é isso que a oposição estará fazendo no Congresso Nacional: exigindo a punição e a responsabilização daqueles que lesaram o patrimônio público”, afirmou.