Título: Meta de inflação fica em 4,5%
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 01/07/2011, Economia, p. 12

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu, ontem, por unanimidade, fixar em 4,5% a meta de inflação para 2013, com variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (de 2,5% a 6,5%), informou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. A manutenção da meta atual representa, segundo analistas, a vitória do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que pretendia baixá-la a 3%, semelhante à praticada em países desenvolvidos. O que indica também a preferência da presidente Dilma Roussef por Mantega.

O CMN é constituído pelos ministros da Fazenda e do Planejamento (Miriam Belchior) e o presidente do BC. Mas o Palácio do Planalto dá o tom da decisão, dependendo do assunto. Nesse caso, foi determinante, pois a presidente Dilma já vinha pressionando o BC para fixar meta mais elástica.

"A determinação do governo é manter a inflação controlada, preferencialmente dentro do centro da banda, e enveredar esforços de menores taxas no futuro", afirmou Holland. Essa política deve se manter, mesmo com as economias avançadas crescendo a taxas menores que os países emergentes e apesar das pressões inflacionárias internas no início deste ano. A meta central de 4,5% vem sendo mantida nos últimos oito anos. Foi descumprida em três ocasiões. Em 2001, por conta das instabilidades internas e externas que abalaram a economia, em 2002, em consequência da crise de confiança internacional, e, em 2003, pelos efeitos da alta desenfreada do dólar.