O TCU (Tribunal de Contas da União) manteve nesta quarta (11) a decisão de deixar a ex-presidente da Petrobras Graça Foster fora da lista de ex-diretores da empresa que terão bens bloqueados para ressarcir prejuízos apontados pelo órgão na compra da refinaria de Pasadena (EUA).

Em agosto do ano passado, ao analisar um recurso da Petrobras, cinco dos oito ministros haviam votado por não estender a Graça o bloqueio de bens imposto à maioria dos outros diretores responsabilizados pelo negócio.

Mas, antes de terminar a votação, em agosto, o ministro Aroldo Cedraz pediu vista do processo e só o devolveu ao relator no fim do ano passado. Cedraz sustentou que não há elementos para bloquear bens de nenhum diretor.

Os argumentos do ministro, contudo, não foram suficientes para mudar os votos dos colegas. Nesta quarta, os ministros mantiveram a decisão de agosto passado de não bloquear os bens de Graça Foster, Carlos Cesar Borromeu de Andrade (ex-gerente jurídico), Jorge Zelada (ex-diretor Internacional) e José Orlando de Melo Azevedo. Mas mantiveram o bloqueio dos bens de todos os outros.

Com a decisão, 10 ex-diretores ficam com os bens bloqueados e quatro serão investigados, mas sem estarem com os bens bloqueados.

Entre os atingidos pelo bloqueio de bens, que tem prazo de um ano, estão o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli e os ex-diretores Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Almir Barbassa, Renato Duque, Guilherme Estrella, Ildo Sauer, Luiz Carlos Moreira da Silva, Gustavo Tardin Barbosa e Alberto da Fonseca Guimarães.

Em julho, o TCU responsabilizou 11 diretores por prejuízo na aquisição de Pasadena, abrindo caminho para que se defendam ou devolvam cerca de US$ 792 milhões.

Um processo chamado Tomada de Contas Especial vai apontar quem foi responsável pelo prejuízo. Apenas ao fim desse processo é que os "culpados" terão de devolver o dinheiro.