Em uma disputa acirrada, Renan Calheiros (PMDB-AL), 59, foi reeleito presidente do Senado Federal neste domingo (1º). Com o apoio do Planalto, o peemedebista vai presidir a instituição pela quarta vez nos próximos dois anos. 

Renan recebeu 49 votos contra 31 de Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), seu adversário na disputa. Um senador votou nulo. A votação foi secreta. 

Apesar dos 18 votos de vantagem sobre o rival, Renan precisou costurar apoios, prometer cargos no Senado e negociar com a oposição para garantir a vitória. Foi a votação mais apertada para o peemedebista nas quatro vezes em que disputou o cargo. 

Luiz Henrique recebeu o apoio de sete partidos, além de senadores de outras siglas que aderiram à sua candidatura. Somadas, as bancadas de seus apoiadores garantiriam pelo menos 34 votos ao candidato independente, o que não ocorreu na prática. 

No PSDB, houve dissidências admitidas por membros da sigla. Na véspera da disputa, Renan procurou o presidente do partido, Aécio Neves (MG), para pedir apoio. 

O PT, segunda maior bancada do Senado, declarou publicamente a adesão à candidatura de Renan. O Planalto mobilizou ministros para buscar votos em favor de Renan, de olho no apoio do peemedebista no Congresso. 

Após ser eleito, Renan disse que a disputa é "passado" e vai trabalhar para ser representante de todos senadores. 

"Desejo renovar meu firme compromisso pela autonomia e independência do Senado Federal, por sua modernização, transparência e coletivização das decisões dessa direção", afirmou Renan. 

Antes da votação, Luiz Henrique disse ter recebido mensagens "aflitas" da população, com pedidos para mudanças de rumo no Congresso. "Quando o presidente do Congresso Nacional se verga para pedir favores ao Executivo, ele perde a autonomia necessária", afirmou. 

Renan assume o novo mandato sob a ameaça de ser um dos políticos citados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em conversas com aliados, o peemedebista disse estar disposto a enfrentar as denúncias no comando do Senado, caso seja citado. 

Em 2007, na presidência da Casa, Renan renunciou ao cargo para escapar da cassação em meio a denúncias de que havia usado recursos de uma empreiteira para pagar pensão à filha. 

Em 2013, também foi alvo de protestos de manifestações populares que pregavam o "Fora Renan", mas encerrou seu mandato na presidência sem percalços. 

Os demais integrantes da Mesa do Senado serão escolhidos nesta terça (3).Os senadores apressaram o fim da sessão deste domingo para ir ao casamento da colega Kátia Abreu (PMDB-TO).