Título: Sem pressa para o julgamento
Autor: Torres, Izabelle ; Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 09/07/2011, Política, p. 8

Pivô da denúncia do mensalão e reú no processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, reagiu com ironia ao pedido de condenação feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Eu e Dirceu somos irmãos siameses, o que der para ele no julgamento do mensalão, dá para mim", afirmou, parafraseando seu advogado, José Luiz de Oliveira Lima. Outro célebre dos 36 réus do mensalão, Dirceu preferiu manter a tranquilidade, disse que é inocente e afirmou confiar no Supremo Tribunal Federal. "Vou aguardar o julgamento com serenidade, pois sei que, ao final desse doloroso processo, se imporá a Justiça e cairá por terra a farsa montada contra mim", declarou.

Também mantido como réu no processo, o secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto, declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não comenta manifestações ou decisões do Ministério Público Federal em respeito à autonomia e independência daquele órgão." O ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), também desqualificou a acusação feita por Gurgel. "Terei agora a oportunidade de, em minha defesa, apresentar também as alegações finais. Terminada a fase dos depoimentos, não existe nos autos do meu processo nenhuma prova material ou testemunhal que corrobore as acusações contra mim", destacou.

A defesa do ex-presidente do PT e ex-deputado José Genoino também alegou que não existem provas contra o petista, que é acusado pelos crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha. Segundo o advogado Luiz Fernando Pacheco, o então presidente do PT na época do mensalão tinha a atribuição de ser um interlocutor político, mas jamais teria se envolvido em atos ilícitos.