Título: Servidores vão parar
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Fonte: Correio Braziliense, 09/07/2011, Economia, p. 15

Sem sucesso nas negociações de reajuste salarial, os servidores do Executivo Federal ameaçam entrar em greve no mês que vem. Em plenária com representantes de todos os estados, ontem, a categoria decidiu que, a partir de segunda-feira, serão feitas assembleias para votar uma possível paralisação. A greve afetará a população, principalmente nas áreas essenciais de saúde e educação. Como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Ministério dos Transportes, também participará do movimento, o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será prejudicado. A classe reivindica aumento de 78% no piso.

O secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindser), Oton Pereira, explica que o principal objetivo da greve é pressionar o governo. "Cinco cargos tiveram aumento na mesma porcentagem que pedimos, ainda no ano passado, e queremos que isso seja estendido para todas as funções. Não entendemos o motivo da regalia", argumentou. Em Brasília, os servidores pretendem parar uma vez por semana, a partir de 13 de julho. Em agosto, a paralisação será permanente. "Tudo dependerá da postura do governo. Temos de analisar o que será apresentado."

Adesões Até agora, o governo não apresentou proposta à categoria. "Eles marcam reuniões, agendam apresentação de projetos, mas nunca dá certo. Nada que fizemos surtiu efeito", reclamou o diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio da Silva. "Sabemos que a população ficará prejudicada, mas não temos outra alternativa. A categoria fica inquieta com a situação." Na visão dele, a medida é necessária para que a conversa entre trabalhadores e patrões avance. "Com a assembleia, vamos divulgar a greve para ter o maior número possível de adesões."

A mesa de negociações deve ser retomada na sexta-feira, quando o Executivo apresentará a primeira proposta ao servidores. "No dia 16, discutiremos o projeto em outro plenário e já votaremos qual será a postura da categoria diante do que for exposto", completou Silva. "Ainda não sabemos se aceitaremos um reajuste inferior, já que o governo ainda não se pronunciou."