O Governo do Distrito Federal anunciou ontem o nome de sete gestores que assumirão interinamente a chefia das 31 regiões administrativas. A escolha dos titulares definitivos das administrações ainda é negociada e eles serão divulgados, provavelmente, no começo da próxima semana. Por enquanto, Rodrigo Rollemberg (PSB) preferiu dividir o DF por macrorregiões (Veja o mapa ao lado) e indicar aliados para assumir de forma temporária as unidades. O objetivo do comando do Palácio do Buriti é que os órgãos não parem de funcionar enquanto as tratativas políticas estão em andamento.

Como praticamente não foram consultados na formação do secretariado, os deputados distritais ficaram insatisfeitos com Rollemberg. O socialista, então, prometeu ouvir os parlamentares na escolha dos administradores. Com isso, acalmou a Câmara Legislativa e conseguiu eleger Celina Leão (PDT), como queria, para presidente da Casa. Nos bastidores, a informação, por exemplo, é que Rodrigo Delmasso (PTN) indicaria o administrador do Guará; o PRTB, de Liliane Roriz, o de Brazlândia; e Lira (PHS) o de São Sebastião.

Ontem pela manhã, na ponta da mesa do Salão Nobre do Buriti, estavam duas placas com os nomes do governador e do vice, Renato Santana, que anunciariam os administradores interinos. Antes do início da cerimônia, contudo, a placa com o nome de Rollemberg foi trocada pela do secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas. Coube, então, ao chefe da pasta e ao vice divulgarem os sete nomes. Dantas explicou que o prazo para a indicação dos definitivos foi prorrogado porque o governo está levando em conta muitos critérios, como ser morador e exercer uma liderança na cidade, antes de fazer as nomeações. “Vamos concluir esse processo e, se Deus quiser, na próxima semana todos conhecerão os administradores”, prometeu Dantas.

Problemas

Questionado se o período de transição não foi suficiente para levantar esses nomes, o secretário afirmou que a cidade vive muitos problemas. “O governo tem olhado com mais atenção a demandas emergentes, como a saúde e o transporte. Claro que as adiministrações não são menos importantes, tanto é que hoje começamos a agir para não ter nenhuma paralisação de serviços”, argumentou. O vice-governador, Renato Santana, afirmou que a demora para a escolha se dá porque Rollemberg determinou que as decisões ocorram com “muita cautela”.

Renato Santana será responsável, neste primeiro momento, por Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Brazlândia. Morador da região mais populosa do DF, ele afirmou que tem andado pelas cidades e identificado muitos problemas. “Os interinos farão um diagnóstico da situação real de cada órgão e iniciarão os trabalhos. Por exemplo, sem administrador, quem faria a ponte com a Novacap para viabilizar operações de tapa-buraco? Agora, isso será responsabilidade dos temporários”, explicou.

Os escolhidos

Dos sete indicados, quatro concorreram a cargos públicos. O responsável pela área central, Igor Tokarski, candidatou-se pelo PSB a deputado federal no ano passado: fez pouco mais de 7 mil votos e não garantiu assento na Câmara dos Deputados. Em 1º de janeiro, foi nomeado subsecretário de Relação com os Poderes Constituídos e Órgãos, na pasta de Marcos Dantas. A tendência é que ele volte ao cargo após a oficialização dos administradores definitivos. José Edberto da Silva, chefe da Região Sul, é presidente da zonal do Guará do PSB, coordenou a campanha de Rollemberg na região no último pleito e foi administrador interino da cidade na gestão Agnelo (PT).

Wandermilson Azevedo saiu a distrital pelo Partido Verde (PV), que declarou apoio aos socialistas no segundo turno. Ele também foi diretor financeiro na Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e administrou o Lago Sul durante a gestão de Agnelo Queiroz (PT). Nery da Silva, do PDT, se lançou à Câmara Legislativa em 2010 e 2014, ambas as vezes sem sucesso. Em 2009, foi assessor de gabinete da administração de Santa Maria. Estevão Reis, da Região Norte, nunca se candidatou, mas foi presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Sobradinho 2.