Alexandre Abreu, hoje na direção do BB, é nome cotado para presidir o BNDES O governo decidiu manter o BNDES vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), mas caberá à presidente Dilma Rousseff indicar o novo presidente da instituição, bem como dos demais bancos públicos. Com o retorno antecipado do descanso na Bahia, Dilma dedica-se desde já à sucessão nos bancos públicos - incluindo mudanças nas diretorias - e na distribuição das vagas no segundo escalão, que colocam os aliados, principalmente PT e PMDB, em rota de colisão. O governo cogitou vincular o banco de fomento ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, mas após discussões internas entre a nova equipe econômica e a Casa Civil, a opção foi manter o atual desenho. Embora a instituição siga vinculada ao Mdic, a nomeação do sucessor de Luciano Coutinho caberá a Dilma. A presidente decidiu avocar para sua cota pessoal a nomeação dos presidentes dos bancos públicos, conforme adiantou o Valor em novembro. O ex-ministro da Educação José Henrique Paim deverá ser nomeado para uma das diretorias do BNDES. Ele chegou a ser cotado para assumir a secretaria-executiva da Casa Civil, hipótese em que repetiria a dobradinha com Aloizio Mercadante, quando este era titular do MEC. O coordenador da campanha à reeleição Alessandro Teixeira, ex-secretário-executivo do Mdic, também é cotado para outra das sete diretorias do BNDES. Nos bastidores, Teixeira postulava a presidência do banco. Dilma continua determinada a nomear a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior para o comando da Caixa Econômica Federal. Para isso, Dilma terá de desalojar o atual presidente, Jorge Hereda, que é afilhado político do ministro da Defesa, Jaques Wagner. Mas Dilma quer Miriam no comando da execução do programa Minha Casa, Minha Vida, uma das vitrines de seu mandato. Já o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, é o padrinho da indicação do vice-presidente de varejo do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, para a presidência do BNDES. Funcionário de carreira do Banco do Brasil, Abreu é um dos idealizadores do programa Bom para Todos, de redução de juros do banco, e tem a simpatia de Dilma. O nome de Abreu chegou a ser cogitado para a presidência do Banco do Brasil, mas o cargo deverá ficar mesmo com o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, que tem o aval do ex-titular da pasta Guido Mantega. Não há data para as mudanças, mas a expectativa de auxiliares da presidente é que sejam formalizadas até fevereiro, para que os novos dirigentes dos bancos públicos comecem a atuar em sintonia com a nova equipe econômica, empossada no dia 1º de janeiro. Dilma também vai anunciar mudanças nas diretorias dos bancos e das estatais, conforme anunciou no fim do ano, em um café da manhã com jornalistas.