Wall Street voltou a fechar no vermelho, o que coloca os índices acionários americanos a caminho do pior início de ano desde a crise financeira de 2008. A desvalorização contínua dos preços do petróleo pressionaram os mercados internacionais mais uma vez.
Depois da valorização acentuada de 2014, os investidores estavam à espera da continuidade da alta nas bolsas neste ano. Mas, ao invés disso, eles optaram por ficar na defensiva, o que amplia a procura por ativos mais seguros, como os Treasuries - os títulos do Tesouro dos EUA. Ontem, o juro da T-note de dez anos fechou abaixo de 2% pela primeira vez desde maio de 2013, a 1,964%.
Os índices acionários de Nova York terminaram com perdas. Dow Jones desceu 0,74%, S&P 500 caiu 0,89% e Nasdaq perdeu 1,29%. O setor de energia do S&P 500 chegou a recuar 1,8%.
O contrato WTI para fevereiro, negociado em Nova York, caiu 4,2%, a US$ 47,93 o barril. Em Londres, o Brent para o mesmo mês recuou 3,8%, para US$ 51,10 o barril. Os dois contratos atingiram os níveis mais baixos desde abril de 2009.
A expectativa de que o excesso de oferta do petróleo continuará em 2015 leva boa parte de investidores aos mercados de bônus. O ouro também se beneficiou com o ambiente de nervosismo e subiu 1,1%, a US$ 1.217 a onça.
Os juros dos títulos de Japão e Alemanha atingiram recordes de baixa. O "yield" (retorno) do papel de dez anos do Reino Unido chegou ao menor nível desde 2012.
Na Europa, os principais índices acionários também fecharam em baixa, sob o efeito da crise do petróleo. O Stoxx 600 recuou 0,71%, Londres perdeu 0,8% e Frankfurt caiu 0,03%. No Velho Mundo, ainda pesa mais a incerteza com o cenário político da Grécia. Desde que o parlamento do país falhou na eleição do presidente, reacenderam os nervosismos com a possibilidade de ruptura da zona do euro. O receio da acensão de partidos de esquerda, tanto na Grécia quanto em outros países do bloco, também afasta apostas mais arriscadas.
"Investidores estão rodeando setores mais defensivos e minimizando as apostas mais arriscadas", disse Darren Wolfberg, chefe de operações do BNP Paribas nos Estados Unidos.
No pregão de hoje, a expectativa é que o petróleo continue exercendo pressão negativa nos mercados. O Departamento de Energia dos EUA informa os estoques de petróleo na semana encerrada no dia 2 de janeiro e a expectativa é de alta. (Com agências internacionais)