Título: Influência do cargo
Autor: Taffner, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 12/07/2011, Política no DF, p. 22
Os promotores Deborah Guerner e Leonardo Bandarra são acusados de usar a influência dos cargos para a prática de crimes. As primeiras denúncias contra os dois foram publicadas em um blog. Segundo a nota, a dupla tentava beneficiar empresas em contratos de coleta lixo na capital da República. Deborah e Bandarra teriam procurado, por meio da servidora Cláudia Marques, o então secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa, para ajudar a tirar a notícia do ar.
Durval teria entregue R$ 1 milhão a Deborah para saber antecipadamente que sua casa seria alvo de uma ação de busca e apreensão durante a Operação Megabyte, coordenada pelo promotor Eduardo Gazzinelli. Ele apurava esquema de lavagem de dinheiro desviado de contratos de informática com o GDF, que seria liderado por Durval.
O Ministério Público e a Polícia Federal cumpriram mandados de busca na residência de Deborah e Jorge Guerner, onde apreenderam documentos, dinheiro e vídeos em dois cofres, um deles instalado em um bunker escondido no jardim da casa deles, no Lago Sul.
Em maio, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu pela demissão dos promotores, além de suspender Deborah por 60 dias e Bandarra por 150. No mesmo mês, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região recebeu denúncia contra Bandarra e o promotor Nísio Tostes por advocacia administrativa. Eles teriam pressionado, em 2009, o promotor Mauro Faria a não denunciar o então comandante-geral da Polícia Militar do DF, coronel Antônio Cerqueira, acusado de desviar verba pública quando chefiava a corporação. (RT)