O primeiro levantamento semanal de preços dos combustíveis feito pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) após o reajuste da gasolina na refinaria confirmou o que muitos já haviam sentido no bolso: encher o tanque ficou muito mais caro. Os preços do etanol hidratado, que é usado diretamente no tanque dos veículos, acompanharam a alta da gasolina e subiram em 25 das 27 unidades da Federação entre 1º e 7 de fevereiro.

No dia 1º deste mês passou a vigorar no país uma maior tributação sobre a gasolina com um impacto estimado pelo Ministério da Fazenda de cerca de R$ 0,22 por litro nos preços da gasolina nas refinarias da Petrobras.

No entanto, na prática, o aumento para o consumidor final superou os R$ 0,22 por litro de gasolina, e provocou uma alta generalizada também nos preços do etanol hidratado, que compete diretamente com o derivado fóssil pela preferência do motorista de carros flex fuel. Entre 1º e 7 de fevereiro o etanol só não subiu em relação à semana anterior no Amapá, onde ficaram estáveis, e no Rio Grande do Norte, onde recuaram 0,38%, conforme dados da ANP.

No Estado de São Paulo, maior mercado consumidor de combustíveis do país e onde a concorrência entre postos é mais agressiva, o repasse foi mais comedido entre 1º e 7 deste mês, tanto para o etanol quanto para a gasolina. O preço médio do hidratado subiu 5,18% ou R$ 0,10 por litro no período, enquanto que, a gasolina teve alta de 5,8% ou R$ 0,17 por litro.

O diretor da trading de etanol Bioagência, Tarcilo Rodrigues, observou que os preços do etanol na usina e nos postos de combustíveis começaram a subir por volta do dia 20 de janeiro, logo após o anúncio do aumento de tributos na gasolina feito pelo Ministério da Fazenda. Desde então, os preços na usina em São Paulo, calcula ele, subiram R$ 0,14 por litro, enquanto que nos postos tiveram alta de R$ 0,13.

“Portanto, ainda há algum ajuste para cima a ser feito no etanol da distribuidora para os postos”. Ele disse que no Estado de São Paulo a gasolina ainda não subiu os R$ 0,22 por litro decorrentes da alta tributária e, por isso, prevê outros reajustes. “Nos outros Estados, onde o aumento foi maior, deve haver também alguma correção para baixo. Foi só a primeira semana”.

Conforme a ANP, a gasolina subiu acima do patamar de R$ 0,22 por litro em postos de combustíveis de 13 Estados, chegando a até R$ 0,34 por litro, na Bahia e em Mato Grosso do Sul. O repasse ficou no limite de R$ 0,22 por litro no Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, São Paulo e Sergipe.

Fora de São Paulo, os reajustes no preço do hidratado nos postos também foram mais “salgados”. As maiores altas ocorreram em Mato Grosso do Sul (9,47% ou R$ 0,20 por litro), Paraná (8,5% ou R$ 0,17) e Goiás (6,3% ou R$ 0,13). Nesses mesmos Estados, a gasolina subiu com força. Em Mato Grosso do Sul, a alta foi de 10,79% ou R$ 0,33 por litro, no Paraná, de 9,37% ou R$ 0,278 e em Goiás, de 6,38% ou R$ 0,20.

Com o etanol acompanhando a gasolina, a paridade entre os dois combustíveis permaneceu praticamente inalterada no país. Conforme o parâmetro mais aceito pelo mercado — que considera que o preço do hidratado tem que valer menos de 70% do da gasolina para ser vantajoso ao consumidor — o biocombustível permaneceu atrativo aos motoristas de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Mato Grosso.