Os consumidores do Distrito Federal podem se preparar para um reajuste de 24,1% na tarifa de energia elétrica a partir de segunda-feira. Mas não é só. As bandeiras tarifárias, que entraram em vigor em janeiro, também sofrerão aumento. E a sinalização de março será vermelha, cor que representa o maior acréscimo, a exemplo do que aconteceu nos dois primeiros meses do ano. Portanto, será preciso ajustar o orçamento para fazer frente à elevação da tarifa e pagar R$ 5,50 adicionais a cada 100 quilowatts (kW) consumidos. E novas altas estão por vir neste ano, uma vez que todas as distribuidoras terão suas revisões anuais na data de aniversário. No caso daCompanhia Energética de Brasília (CEB), em 26 de agosto. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou três medidas que implicam elevação na conta de luz dos brasileiros. A primeira trata do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), criada para subsidiar a energia para famílias de baixa renda. Como o governo decidiu acabar com os aportes do Tesouro na CDE, o deficit da conta chegou a R$ 22,06 bilhões. A fatura será rateada entre os consumidores. Por isso, a Aneel também deliberou sobre a Revisão Tarifária Extraordinária (RTE), um aumento extra permitido às concessionárias para preencher a cota que cada uma terá de aportar na CDE. O efeito médio a ser percebido pelos consumidores é de 23,4%, mas cada uma das 58 distribuidoras terá índices diferentes. Os clientes da CEB terão elevação de 24,1%. O percentual ficou um pouco acima da média nacional, mas está longe de ser o maior. Os consumidores do Sul do país, atendidos pela concessionária AES Sul, por exemplo, terão reajuste de 39,5%. Em compensação, os percentuais das distribuidoras do Norte e Nordeste não chegam a 10%, sendo que o menor, para a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), será de apenas 2,2%. A Aneel aprovou ainda um reajuste nas bandeiras tarifárias, sistema que sinaliza por cores as condições de geração de energia. Quando a bandeira é verde não há qualquer acréscimo. Na sinalização amarela, o consumidor, que pagava R$ 1,50 para cada 100kW consumidos, agora vai gastar R$ 2,50. A vermelha indica maior uso de termelétricas, com geração de energia mais cara, e o acréscimo, que era de R$ 3 a cada100 kW, passa a ser de R$ 5,50.

Sem esperança

Rufino, não deixou nem um fio de esperança para os consumidores. “Vêm mais processos tarifários pela frente”, sentenciou. Ele se refere aos reajustes anuais, a que cada distribuidora tem direito. “A tendência é de que os próximos aumentos sejam menores, porque alguma coisa já foi embutida na RTE e as bandeiras antecipam os pagamentos do custo de energia”, amenizou. Apesar do quadro desolador, a presidente Dilma Rousseff afirmou que os aumentos da energia são passageiros e descartou problemas no setor. “Os preços estão subindo porque o país enfrenta a maior falta de água dos últimos 100 anos”, disse. “Isso não significa que teremos problema sério na área de energia elétrica. Temos todo um sistema de segurança”, assinalou. Ao menos, a presidente admitiu, pela primeira vez, que não custa nada economizar. “A gente tem que ser favorável de defender o consumo racional de energia. Desperdício zero”, emendou.