Título: Inflação de 3,51%
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 13/07/2011, Economia, p. 11

A promessa de mais dinheiro no bolso não garante tranquilidade aos mais velhos. A inflação da terceira idade avançou 1,30% no segundo trimestre do ano e, embora tenha desacelerado em relação aos 2,18% registrados nos três primeiros meses de 2011, ficou acima da média geral, de 1,28%. No ano, o IPC-3I, que é calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acumula alta de 3,51% e quase o dobro nos últimos 12 meses, quando ficou em 6,10%.

O economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), explica que o crescimento menor do índice no segundo trimestre está diretamente vinculado aos preços dos medicamentos e dos planos de saúde, dois itens que pesam bastante na cesta de consumo das famílias compostas, em sua maioria, por indivíduos com mais de 60 anos de idade. Segundo o economista, o levantamento da FGV, fechado em 30 de junho, não pegou o aumento dos planos de saúde anunciado no início do mês. "Esse reajuste só vai ser captado pelo índice do próximo trimestre", disse.

Hábitos Contribuíram para o decréscimo de 0,88 ponto percentual na taxa de variação do IPC-3i a desaceleração dos preços de alimentos (de 2,63% no primeiro trimestre para 0,15%), transportes (de 4,58% para 1,17%) e despesas diversas ( 2,79% para 1,06%), além de educação, leitura e recreação (de 3,19% para 2,33%). Os idosos costumam ter hábitos de consumo diferentes de quando eram pessoas economicamente ativas. Nessa fase da vida, os gastos com medicamentos, lazer e alimentação tornam-se mais elevados. Em contrapartida, as despesas com habitação e transportes tendem a diminuir.